28 de novembro de 2012

Teia

Envolvo-me numa teia
De onde não quero sair
Uma zona de conforto
Que não sabia existir.

Ela me protege
Me faz sentir segura
Sei onde me leva
A qualquer hora,
A qualquer altura.

E caio em rotina
Sem me aperceber
Perdendo a hipótese
De arriscar
E aprender...

Rasgo essa teia
Através da curiosidade
E vou correndo riscos
Em busca da liberdade

Que me foi retirada
Numa teia criada
Não para me proteger
Mas para aos poucos, me prender...

Arrisco...
Sou diferente
E de forma irreverente
Procuro ser única
À minha maneira
E esqueço dessa teia
Que criei para mim.

23 de novembro de 2012

Ter de acordar

Não quero acordar,
Não quero me levantar
Mas o despertador
Não para de chatear.

Quero dormir!
Mais um instante,
Mais um pouco
Mas o despertador, feito louco
Começa a tocar, enervante
E faz-me desistir
De me manter na cama...

Levanto-me contrariado
Ainda pouco acordado
E tento-me despachar
Mas ainda a pensar
Na cama quentinha
Que fui obrigado a abandonar.

Só quero voltar para lá
Está frio cá fora
Mas em menos de uma hora
Tenho que estar a trabalhar
E ainda me falta acordar
Deste estado de dormência.

22 de novembro de 2012

Superstição

Não sou supersticioso
Mas deveria de o ser
Pois não passa uma semana
Sem algo acontecer...

São coisas a cair,
E quase sempre a se estragar
É o que devia vir
Mas teima em não chegar...

E quanto tudo parece
Voltar ao normal
Eis que tudo acontece
Voltando ao habitual.

A novidade de última hora
Do que tenho estado a dizer
É estar sol lá fora
E no quarto estar a chover...

As bruxas não existem
É o que se costuma comentar
Mas se alguém conhecer uma
Não se esqueça de me avisar.

Para poder lhe pedir
Para tirar o mau olhado
A ver se começo a ter coisas boas
Em vez de tudo estragado.

19 de novembro de 2012

Sem razão de sorrir...

Sorrir...
Porque razão?
Se numa ilusão
Te deixei fugir
Do meu coração...

Sorrir...
Sem nenhum motivo
Desde que te perdi
E contigo o juízo
Que restava em mim!

Enlouqueço
Neste dura existência
Sem a tua presença
Ao meu lado.

E doí
Quando estou acordado
Querendo-te abraçar
E aos poucos lembrar
Que já não te tenho
Que já não te mereço.

Sorrir...
Já não vou de novo saber
Porque depois de te perder
Só quero esquecer
Que estou a viver...

16 de novembro de 2012

Sem tempo...

Saudade...
Dos tempos que escrevia
Por pura alegria
Sem nada mais para fazer
Apenas escrever
O que sentia...

Tempos que já não voltam
E que depressa serão esquecidos
Pelos dias, agora vividos
Não com tempo, mas corridos
Pela pressão da sociedade!

Vida de angústia
De ansiedade...
Por se querer atingir
Um estável patamar
Não tendo tempo para gastar
Numa amizade
Ou para amar
Ou para viver de verdade...

Tudo se perdeu com o tempo
E anda tudo em movimento
Acelerado...
Sem significado...
Esquecendo os poemas
Onde se espalhava sentimento
Que agora não tem espaço
Para existir...

15 de novembro de 2012

Acidente terrível!

Vou estrada fora
Sem pensar no destino
Só interessa o caminho
Que ainda falta percorrer.

Já vou atrasado
Acelero sem pensar
Só quero é chegar
Sem medir consequências.

Acelero bem a fundo
Chego ao máximo num segundo
E vejo a paisagem a passar
Sem me preocupar

E sem me aperceber
Sem dar por ela a acontecer
Só vejo um carro a embater
E tudo escurece...

Minha alma adormece
Meu corpo, parado permanece
Já não sei onde estou
Só me lembro que o carro captou!

Não percebo a situação
É tudo uma confusão
Apagou-se a minha mente
Fiquei "preso" no acidente.

Sinto alguém me tocar
Mas custa-me a "acordar"
Estou dormente, sem saber
O que se passa em meu redor
De onde vem este odor
Que me chega ao nariz...

Tento-me me mexer
E sou obrigado a parar
Alguém me diz para me acalmar
Com lágrimas a cair.

Quando tento perceber
A razão do sofrimento
Vejo, sem querer
Que estou sem me mexer
Não por estar amarrado
Mas por ter ficado impossibilitado
De fazer qualquer movimento.

Vida planeada...

Projectos!
Planos!
Nada mais são
Que guias para a vida
Que deve ser vivida
Em vez de planeada.

Muito fica no papel
Ou simplesmente
No pensamento
Não aproveitando o momento
Que se deve viver.

E tudo para quê?
Para não arriscar?
Por ter medo de falhar!

A vida deve ser vivida
Por vezes pensar
Noutras, atirar
De cabeça, por impulso
E ir de encontro à novidade
Para ter a intensidade
Que se vai perdendo.

Rasga os projectos
Que não vais realizar
E passa a te concentrar
No que é importante
No dia-a-dia, no instante.

E quando olhares para trás
Sem a vida planeada
Verás uma vida recheada
De planos vividos
Que nunca foram escritos
E não ficaram por fazer.

13 de novembro de 2012

Caderno Vazio

Não consigo descrever
O que estou a sentir
Quero escrever
As palavras não querem sair...

São poemas em rascunho
Vários apagados
São ideias vazias
Poemas falhados!

Só penso em desistir
Não sou bom o suficiente
Teima em não surgir
Algo surpreendente.

Palavras sem sentimento
Que não conseguem exprimir
O que sinto no momento
Que não deixo fluir.

Não encontro a solução
Para estes problemas
E vai ficando vazio
O caderno dos poemas.

E só me apetece rasgar
Tudo o que já escrevi
Guardando o que sinto
Apenas para mim.

8 de novembro de 2012

Sem saída...

Acusações sem sentido
Fazem despoletar
Uma discussão continua
Que teima em não terminar.

Vai ficando resolvido
Pelo menos assim parece
Mas eis que à pequena coisa
Nova discussão acontece.

Tentamos suavizar
Não é assim tão importante
Mas discussões pequenas
Fazem um estrago gigante.

É uma saturação
Que vai crescendo aos poucos
Deixando os companheiros
Cada dia mais loucos.

E chega-se a um momento
Que apenas resta uma saída
Onde o desejo de não sofrer mais
É maior que o sentimento.

Acaba-se assim
Um amor de anos
Levando consigo
Todos os planos.

6 de novembro de 2012

Descrever o amor!

Recorro da escrita
Para conseguir me exprimir
Mas mesmo desta forma
Não encontro as palavras
Para dizer tudo
O que estou a sentir.

E vou me ultrapassando
Sempre na busca do melhor
Para que de forma directa
Ou mesmo indirecta
Consiga encontrar a melhor forma
De descrever o amor.

Inúmeras tentativas
Quase todas falhadas
Encontram-se no chão
Em folhas totalmente rasgadas.

Não vou desistir
Vou continuar a procurar
De uma forma
De mostrar a todos
Como é bom
Poder te amar.

E sempre que chegar
A um beco sem saída
Sei que te tenho a apoiar
Ao meu lado a incentivar
E ao ter-te como inspiração
Abre-se o meu coração
E nele vou buscar
As palavras que procurava.

Constipação!

Algo tomou conta de mim
E não me quer largar
Sinto que aos poucos
Me começa a dominar.

Controla minha vontade,
Meus estados,
Minhas decisões.
Controla minha ansiedade,
Meus pensamentos,
Minhas emoções.

É uma forte dor
Que me apanha a cabeça
Parece um tambor
Que nunca cessa.

Deixa-me de rastos
Sem vontade de lutar
Pois a cada gesto
Sinto a dor a piorar.

Vou-me arrastando
Até na cama me meter
Só quero fechar os olhos
E conseguir adormecer.

Acordo bem cedo
E começo a averiguar
Se a dor me deixou,
Se o tambor parou de tocar.

E fico satisfeito
Por ter a cabeça para mim
A dor foi-se embora
A constipação chegou ao fim.

4 de novembro de 2012

Aproveitar o tempo!

Segundos
Minutos
Horas
Sem saber o que decidir
Se ficar,
Se fugir
E com o tempo a passar...

Olho para o relógio
Completamente concentrado
Tentando dessa forma
Manter o tempo parado.

Mas ele teima em passar
Não consigo controlar
Por muito que me esforce
Por mais que o tente aguentar.

Então tenho que agir
Mas já vou atrasado
Não me deveria permitir
Ficar tanto tempo parado.

Já perdi o tempo
Já não vou conseguir
Não neste tempo
Talvez no tempo a seguir...

Mas como foi possível
Não me ter percebido
Que o tempo não pára
É nosso "inimigo"

Não deixa aproveitar
Os momentos importantes
E parece demorar
Naqueles mais irritantes.

Mas só assim damos valor
Ao tempo bem passado
E lutamos por mais minutos
Com tais pessoas ao nosso lado.

Por isso não vou deixar passar
Mais um segundo a pensar
Vou sair,
Vou decidir,
Vou viver
Até o tempo deixar!