6 de junho de 2012

Não vás embora!

Sei que não é injusto
Pedir que esperes por mim
Quando não dou sinal de querer
Ficar junto a ti.

Sei que sou um cobarde
Por não ficar contigo
Já pensei em deixar-te ir
Mas também não consigo.

Queria arranjar coragem
Para tomar uma decisão
Mas não tenho certezas
Do que vai no meu coração.

E no meio desta loucura
Vou ficando sozinho
Por não assumir o que sinto
Por ter medo de sofrer.

E sem tomar conta
Vou-te perdendo lentamente
E quando me decido
Estás longe, ausente.

Não vás embora
Peço-te enlouquecido
Não quero acreditar
Que te tenha perdido.

Penso agora em nós dois
No que queria, no que perdi
Só me resta seguir em frente
Infelizmente, sem ti.

Talvez sirva para aprender
Que no meio de tanta indecisão
Deve-se ligar aos sentimentos
E menos à razão.

Recipiente vazio

No silêncio,
Na escuridão
Sinto frenético
O bater do meu coração.

Tento me acalmar
Respirando lentamente
Mas não consigo esvaziar
O que me vai na mente.

Sou controlado
Por sentimentos opostos
Que não me deixam relaxar
E levam-me a perder.

Não consigo estabelecer
Pontos seguros para voltar
Meu coração a testar
Novos limites.

Sinto-me a desaparecer
Já não controlo quem sou
Está em modo automático
A caminhar para o vazio.

E assim sigo em frente
Sem ligação do corpo à mente
Agindo sem pensar
Com o ritmo a acelerar.

Não aguenta este ritmo
Chegou ao fim este caminho
Tornei-me um recipiente vazio
Aqui no escuro, sozinho.