14 de março de 2016

Quis agradar-te...

Quis agradar-te...
Ser o que pretendias!
Atender teus desejos
E tuas manias...

Quis agradar-te...
Mudar quem eu sempre fui
Ver a vida pelos teus olhos
E como ela flui...

Quis agradar-te...
Mudar cada defeito
Fazendo o que fazia,
Mas agora a teu jeito...

Quis agradar-te...
E mudei para o que pensava
Que era o que desejava,
Mas estava errado
E por ter mudado
Perdi-te.

Deixei de ser eu,
Por quem te apaixonaste,
E assim me abandonaste
Quando apenas tentei
No pouco que mudei
Estar ao teu lado
Como tinhas imaginado.

Queria apenas de agradar
E sozinho fiquei,
Porque abandonei
A pessoa que quiseste amar.

Monstro escondido!

Vives em mim
Em silêncio,
Adormecido,
Aguardando um motivo
Para te apoderares do meu ser
E assim satisfazer
A teu desejo de vingança.

És parte de mim,
Por muito que o queira esconder
Que tenta abafar,
És parte integrante
Deste ser vivo e errante
Que de forma a te ocultar
Não para de errar
Para parecer normal,
O que é irreal.

Encontras-te nas sombras,
A esperar o momento certo,
Uma altura de aperto,
Para tomares o controlo
E assim soltar
O desejo de lutar
Sem ter atenção
Quem se põe no teu caminho,
Levantando tudo do chão
Matando amor e carinho,
Havendo apenas ódio e destruição
Na tua maneira de ser,
No teu pensamento,
Em que fazer sofrer
É o que te dá alento.

É um monstro dentro de mim,
Acorrentado,
Escondido,
Um segredo protegido
Para que não seja revelado,
Mas se continuar a ser pressionado
Vai-se soltando a prisão
E a cada abanão
Solta-se o mostro enraivecido.