28 de março de 2012

Quadro

Num quadro imperfeito
De todas as cores eu te pinto
Onde cada defeito
Mostra-me porque me seduzes.

E continuo embriagado
Com o bailar das luzes
Que me deixa transtornado
Com a força do sentimento.

Volto ao quadro novamente
E em cada movimento
Transformo lentamente
A pintura original

Onde te vejo de uma maneira
Pouco ou nada tradicional
Mas que te torna verdadeira
Para quem te vai contemplar

Dou o quadro por terminado
Não o volto a retocar
Representa quando estou ao teu lado
E espelha tudo o que sinto.

Ser eu!

Não sei o que procuro
Mas procuro intensamente
Algo que me tire do escuro
E me ilumine a mente.

Vou escavando até achar
O meu eu mais profundo
E sinto-me a caminhar
Para um lugar cada vez mais fundo.

Vejo-me com atenção
Não me estou a reconhecer
Só pode ser ilusão
O que estou a ver.

Enfrento a realidade
Que até agora desconhecia
E transformo em liberdade
O que antes era agonia.

E de volta ao meu ser
Sinto-me algo diferente
Já me consigo perceber
Já nada me prende.

E de forma renovada
Sigo em frente com confiança
Por passar esta jornada.
Com renovada esperança.

Como vou dizer...

Como vou dizer
Para todo o mundo
Que acabei de perder
O meu amor mais profundo

Como vou dizer,
Que não há solução
Para o que está a acontecer
No meu coração.

Como vou dizer,
Tudo aquilo que sinto
Se já não me estou a conhecer
No meio deste labirinto.

Como vou dizer,
Se já não me sei expressar,
Se o não te ter
Me está a afectar.

Já não quero dizer!
Já não quero sentir!
Já não quero viver,
Após ver-te partir.

Ter uma casa!

Novo passo na vida
Uma casa para comprar.
Uma ideia divertida
Que se pretende concretizar.

Fins de semana a fio
Com várias casas para ver
Sendo um grande desafio
Escolher a certa para viver.

Longos meses passaram
Até haver uma decisão
Os pais também ajudaram
Dando a sua opinião.

Seguindo para a segunda etapa
Contar o dinheiro que é necessário
E em Lisboa, procurar no mapa
Todas as casas do sistema bancário.

Após muita procura
Um deles nos estendeu a mão
Ajudando nesta aventura
Tornando real, a ilusão.

Parecia ter chegado ao fim
Com a casa em nosso poder
Mas não foi bem assim
Obras ainda há para fazer.

São paredes para arranjar
Para a humidade sair
E toda a casa pintar
Uma casa "nova" vai surgir.

Começa ai a confusão
E forma de arranjar
Tempo para a arrumação
Que toda a casa vai precisar.

No fim deste caminho
Olha-se para trás e pode-se dizer
Que se criou mais um ninho
Onde dá vontade de viver.