29 de abril de 2015

Teu dia-a-dia

Um sorriso,
Um bocejo,
Uma promessa de beijo
A cada vez que te vejo
E te abraço
Encostada no meu peito.

Um choro,
De alguém esfomeado
Deixam-me de sorriso rasgado
Por te ver a crescer
E perceber
Que vais crescendo
E aprendendo
A avisar os pais,
Quando queres comer.

Um bocejar
Após barriga cheia
Dá-te a ideia errada
Que vamos desaparecer
E lutas desesperada
Para os olhos abertos manter
E não perderes nada deste mundo
Que espera então o segundo
Em que voltas a acordar
Para te dar os bons dias.

Um desafio,
A toda a hora
Indiferente ao cansaço,
Que enfrentamos de frente
E nos faz crescer
Enquanto pessoas.

Casca sem vida!

Persigo uma sombra
Que sem me aperceber
Se alojou no meu peito
E nele começou a "viver".

Alimenta-se dos meus medos
Dos meus recentes receios
E os meus pesadelos
São os seus alegres recreios.

Tento lutar
Fazer frente aos desafios
Mas com medo de falhar
Acabo por tornar mais sombrios
Os recantos do meu ser.

Enegrecendo meu espirito
Vou-me tornando sombrio
Alimentado a ódio e raiva
O buraco criado no meu coração
Agora de pedra,
Negro como carvão,
Onde qualquer amor existente
Foi consumido e apagado para sempre.

Fui-me tornando vazio,
Oco de mim mesmo,
Uma casca sem vida
Que rastejava pelo mundo
À espera da escuridão
Para se sentir vivo
Mais uma vez.

24 de abril de 2015

Enterrar meus pesadelos!

Sombria,
Vagueio na noite vazia
À procura de um destino
Que me atormenta a alma
E tão pouco me acalma
Em cada passo do caminho.

Negro,
Vai permanecendo meu coração
Que procura no desafio
Uma luz que ilumine
E desapareça com o ódio
Que o consome, dia a dia.

Revoltado,
Com o mundo que me rodeia
Pego na chama que ateia
Todo a raiva acumulada
E parto para a vingança
Como mote de esperança
Para deixar meu coração descansar
Para voltar a acreditar
Que um dia serei novamente eu.

Entrego-me à luta
Enterrando quezílias e pesadelos
Restaurando confiança
Suplantando o medo
Para poder renascer
E queimar o lado mais sombrio
Que alguma vez existiu
Dentro de mim.

Desculpa pelo passado...

Desculpa...
Não sei como explicar
Todo o mal que te fiz sentir,
Mas meu coração enegrecido
Deixou de fazer sentido
Ao ver quanto te fiz sofrer
Ao sentir que para te merecer
Preciso te contar a verdade...

Desculpa...
Todas noites passadas
Sozinha sem saber de mim
As desculpas esfarrapadas
Que te contei sem fim.

Desculpa
Fazer ter-te ignorado
Quando não o merecias.
De não estar ao teu lado
Quando era tudo o que querias.

Preciso de continuar
E manter-te a meu lado
Por isso desculpa
Por deixar teu coração quebrado.

Mas acredita que aprendi
Que te quero a ti e mais ninguém
Mas se o nosso amor chegou ao fim
Sabe que sempre te amei.

Novos sonos!

Tento fechar os olhos
Descansar um pouco, 
Mas sinto o sufoco
De não te ouvir respirar...
E sem ninguém notar
Abeiro-me a teu lado
Ouvindo um pouco
O doce som da respiração
O batimento do teu coração
Fazendo-me acalmar.

Tento adormecer,
Recuperar do cansaço
Que se apodera do meu corpo,
Após a tua nascença,
Mas não consigo resistir
A aguentar mais uns minutos
Para poder olhar para ti
E ver-te a sonhar.

Sem forças,
Adormeço a teu lado
Contigo bem aninhado
Junto ao meu peito
E num abraço imperfeito
Protejo-te dos pesadelos
E descansamos juntos
Para mais um novo dia.

2 de abril de 2015

Estás perto!

Sorrio,
E o sorriso não me deixa o rosto
Ao pensar em ti,
Tão perto,
A cada segundo que passa...

Sem te sentir,
Sinto-te a aproximar,
Mais perto dos meus braços
Anseio pelos abraços
Que sonho em te dar.

Sorrio,
E pareço uma criança
Ao receber um brinquedo.
Se bem que o medo,
Também ande presente
Lembrando-me a mente
Da responsabilidade.

Está perto!
Já te sinto aqui.
Ainda que não tenhas nascido
E o teu choro não tenha ouvido
Estás perto,
E em breve,
Perto de mim.

1 de abril de 2015

Vives numa lembrança!

Anseio o teu beijo,
Quente de paixão,
Que reflicta o desejo
Que arde em meu coração.

Anseio o toque
Suave da tua mão
E que ela invoque
Os termos da rendição.

Pois estar ao teu lado
E sentir o teu amor,
É render-me ao sabor
De sonhar acordado.

De viver uma experiência
Que só conseguia imaginar
E conseguir aproveitar
Cada segundo dessa existência.

Pois a cada amanhecer
Tudo desaparece sem esperança.
Vives quando não estou a viver.
Vives guardada numa lembrança.

Lembrança que só possuo
Quando estou a dormir,
Que faz com que não vivas
Continues a existir.