18 de maio de 2012

Controlar o destino

Entrego-me ao destino
Sem nunca esquecer
Qual o meu caminho,
O que quero ser.

Sigo passos delineados
Por alguém que não conheço
Escolhem todos os meus passos
O que acham que mereço.

E assim vou vivendo
Sem controlo do que se passa
Até que um dia acordo
E arranco-me desta farsa.

Tomo rédeas  da minha vida
Faço dela o que quiser
Pois tenho muito tempo
Não posso em vão o gastar.

Faço novos planos
Traço novos trajectos
Para todos os anos
Em que serei mais que um objecto.

Permito-me viver
Errar e descobrir
Para poder um dia dizer
Que soube chorar e sorrir.

E começo de novo
Em que tudo é diferente
Onde só existe o passado
E o futuro é o presente.

Não sei para onde vou
Pois sou livre de escolher
Mas agora que me libertei
Serei livre até morrer.

Morte!

O tempo passou
Não soube aproveitar
Tenho medo de pensar
Mas o meu tempo terminou.

Sinto o corpo a parar
A não querer reagir
Tento lutar
Para não sucumbir.

Vejo um escuro sombrio
O medo apodera-se de mim
O que vai ser de mim?
Para onde estou a caminhar?
Ninguem me consegue avisar
E gelo de frio.

Lágrimas caem sem parar
Ao ver-vos chegar
Com um semblante carregado
Como que a carregar o fardo
Da minha partida.

E ainda mais desanimado
Desvio a cara para o lado
Não quero ver-vos sofrer
Estou prestes a morrer
E quero comigo levar
A lembrar de vos ver sorrir
E do brilho do vosso olhar.

Primeiras semanas de vida...

Sinto-me perdido
Onde estou, quem sou eu
Que espaço é este desconhecido
Em que me encontro?

Abro os olhos,
Vejo vultos,
Mas não consigo perceber
As cores do que estou a ver
Nem o que me está a rodear.

Estou num espaço novo
A tentar-me habituar
Há mais barulho em meu redor
Novas coisas para fazer
Que ainda estou a aprender
E não sei se estou a errar.

Sinto-me por muitos acarinhado
Apesar de não estar quieto
De andar sempre acordado
Quando queriam dormir.

Mas ainda bem que estou aqui
Pois sinto agora, alem de ti
O meu papa que abraça
Enquanto o choro não passa
E me faz sentir protegido
Enquanto tento adormecer.

(Dedicado ao meu sobrinho Gonçalo)

Separação...

Esperei por ti,
Já não espero mais.
Não interessa o que senti
Nem para onde vais.

Quero-te longe de mim
Já me magoaste demasiado
Isto chegou ao fim
Já te tinha avisado.

Não me deste ouvidos
E fizeste-me sofrer
Destruíste todos os meus sentidos
Fizeste-me aos poucos, morrer.

Não vou deixar
Que brinques com meus sentimentos
Vou da minha mente apagar
Todos os nossos bons momentos.

És agora uma ilusão
Do marido que chegaste a ser
Mas terás o lugar no meu coração
Até este amor desaparecer.

Até lá vou te esperar
Sem atrás de ti correr
Mas pode ser que ao voltar
Já não seja quem penses ser.

Pode ser que o amor tenha acabado
Que já não é teu, o meu coração
E não podes dizer que não foste avisado
Desde o momento da separação.