23 de março de 2012

Dietas!

A Primavera está a chegar,
Não percebo como pode ser
Não estou a acreditar
No que a balança está a dizer.

E assim começa de novo
O frenesim de Verão
Onde todo o povo.
Faz a dieta de ocasião.

No ginásio é a passadeira,
Os steps e a bicicleta
O PT tenta arranjar maneira
De nos tornar um atleta.

Ao almoço ao ligeiro,
Corta-se no frito e no doce
Bebe-se água o dia inteiro
E álcool acabou-se.

São meses numa correria,
Muito esforço para conseguir
Chegar o dia de ter a alegria
De ter o peso que se queria atingir.

Abre-se um sorriso, lentamente
Com a imagem que o espelho reflete
E não engordar novamente
Logo na hora se promete.

Acabou-se o calor,
E a roupa curta para usar
Ir ao ginásio já provoca dor
Mesmo que seja só pensar.

O esforço já não vale a pena
Pode-se de novo relaxar
Voltam as pipocas do cinema,
Chocolates e batatas fritas, para variar.

E assim se volta ao que era
Sem se ter na lembrança
Que ao chegar a Primavera
Enfrenta-se novamente a balança.

Destino Incerto

Numa tarde ao vento
Oiço-te a chorar
Recordo-te no pensamento
A única forma de te chegar.

Já passaram alguns anos
Em que vi-te chegar
E não sabia dos planos
Que entre os dois estavam-se a formar.

Fomos crescendo, namoriscando
Mas novos ainda para pensar
Que os passos que íamos dando
Me faria te magoar.

Aos poucos te afastaste
Para não voltar, assim pensei
Mas anos depois voltaste
E nessa noite contigo sonhei.

Mas a vida estava diferente
Novos caminhos, separados
O sentimento estava presente,
Nos corações abandonados.

Agora volvido o tempo
Custa-me aquele tempo lembrar
Pois relembro-me ao ouvido
A tua voz a sussurrar.

A pedir para não partir
A querer uma hipótese para nós
Fazendo questão de se ouvir
Gritas ao céu, em alta voz .

Olho nos teus olhos, triste
Compreendes a minha decisão
E nesse instante partiste
Levando o meu coração.

Poema Simples

Tenho uma ideia na mente
De fazer algo diferente
Que não sei se vai resultar.

Mas sou teimoso e persistente
E também irreverente,
Por isso lá vou tentar.

Escrevo poemas subtilmente
Da mesma forma, recorrente
Que não chego a pensar.

Escrevendo livremente
Às vezes um pouco incoerente,
Mas sempre, sempre a rimar.

E de forma inteligente
Mudo o que tinha actualmente
Para o que estou a falar.

Conseguindo finalmente
Escolhendo bem cada ingrediente
Para este poema poder acabar.

Perdido!

Perdido no pensamento
Não sinto o tempo passar
Não dou valor ao momento
Que contigo estou a partilhar

Perdido na ilusão
De te ter garantida
Esqueço-me de te dar atenção
Perco-te da minha vida

Perdido na saudade
De te ter ao pé de mim
Da sensação de liberdade
Quando estava abraçado a ti.

Não sei como aconteceu
Como pude ser incompetente
De ver que teu coração já não era meu
Que eras minha, na minha mente.

Acordei demasiado tarde
Será que vale a pena lutar?
Não suporto a realidade
Com que me estou a deparar.

Sufoco-me na solidão
Em que a minha vida caiu
Pois dei-te meu coração
E agora ele se partiu.

Estou perdido, sem rumo
Já não sei porque viver
Vejo longe, é o fumo
Do meu corpo a arder.

Vejo meu corpo, ali deitado
E sinto uma sensação amarga
A este mundo já não estou ligado
Serei o teu anjo da guarda.

Quando pude, não estive contigo
Daqui para a frente será diferente
Quando precisares de um ombro amigo
Estarei ao teu lado, presente.

Atrasado!


Acordo atrasado,
Algo se passou.
Ou deixei-me ficar deitado
Ou o despertador não tocou.

Levanto-me a correr,
Ainda meio a bocejar
Ponho torradas a fazer
Enquanto me vou despachar.

Com o tempo de torrar o pão
Vou tomar um banho à pressa
Visto a roupa que vem à mão
Será que combina? Não interessa.

Oiço a torradeira a tocar,
Está na hora de comer,
Ficam os sapatos por calçar
O que mais irei me esquecer?

Desligo o esquentador, faço a cama
Olho o relógio, saio a correr
Chego ao carro com toda a gana
Não tenho mais tempo a perder.

Sigo a toda velocidade
30 minutos depois do habitual
Apanho transito na cidade
Hoje corre tudo mal.

Para lição isto serve
Poder demonstrar
Que parece uma bola de neve
Quando nos estamos a atrasar.

Tudo nos acontece nesse dia
E nada parece do acaso
Transformando por magia
Minutos em horas de atraso.