1 de abril de 2012

Discussão

De cabeça quente
Começo a discutir,
Digo o que vai na mente
Mesmo que não o esteja a sentir.

Roupa suja é lavada
Que não ajuda à situação.
No fim, não leva a nada
Acabou-se a discussão.

Fica tudo resolvido!
Assim quer parecer,
Mas um zum zum menos esclarecido
Volta a dar o que fazer.

Até haver pulmões
É gritar por todo o lado
Expondo momentos e situações
Até encontrar o "culpado".

E passado o episódio
Que rápido se quer esquecer
Tenta-se enterrar o ódio
Que se acabou de viver.

E não são poucas as ocasiões
Quando a paz se restabelecer
Que não se lembrem das razões
Para a discussão que acabaram de ter.

Sufoco!

Se eu pudesse dizer
A gritar em alta voz
O que por vezes quero fazer
Quando me deixam a sós.

Se tivesse uma maneira
De me poder expressar
E expulsar esta fogueira
Que me está a queimar.

Queima os sentimentos
 E me faz sofrer
Nos longos momentos
Que não te posso ter.

O que será que fiz
Para merecer tal provação
Se tento ser feliz
Sofre mais o meu coração.

Sem ninguém me entender
Fecho em mim, no meu mundo
Começo ai a viver
Pouco a pouco, ao segundo.

E rasgo memórias e conversas
Que tinha no pensamento ou num bloco
Viro tudo às avessas
Até ficar vazio, completamente oco.

Por fim acabo por gritar
E expressar para quem ouvir
Que os problemas são para enfrentar
E não andar sempre a fugir.

Sigo calmo, tranquilo,
Para de novo aprender
Que a vida tem o seu brilho
Para quem a quiser viver.