7 de maio de 2012

Vagueio pela rua...

Sombrio...
Vagueio pela rua, sozinho
E sinto um estranho vazio
Ao longo de todo o caminho.

Não estou só, por onde passo
Mas não sinto ninguém
Sinto o peso do fracasso
Por tentar ser alguém.

Tento ser eu, naturalmente
Mas sou sempre barrado
Por quase toda a gente
Que tenho encontrado.

Não sei se é por querer
Ou se é sem intenção
Não quero nem saber
Pois não aceito um simples não
Sem razão para o ser
Sem uma justificação.

Mas só a força e determinação
Nem sempre é suficiente
Após várias vezes atirado ao chão
Adio o sonho, permanentemente.

Tento arranjar novo alento
Que me faça despertar
Lanço meus pensamentos, ao vento
Para que ele possa ajudar.

Recebo de volta incentivo,
Força para não desistir,
Lembrando qual o motivo
Para continuar a seguir.

Volto para casa motivado
Para a luta continuar
Posso continuar a ser vaiado
Mas irei um dia triunfar.

Cansado...

Cansado...
De lutar!
De querer mudar o mundo
E de nada mudar.
Ver tudo imundo
E sem volta a dar.

Cansado...
De me mexer
E não ver surgir,
Não ver aparecer
O que se luta para conseguir
E que não se consegue ter.

Cansado...
E sem esperança,
Que isto alguma vez possa melhorar.
De conseguir ter confiança
E achar
Que pode haver uma mudança
Que ponha tudo no lugar.

Estou cansado...
De me sentir usado!
De ver o trabalho feito
E não ter nenhum proveito
A não ser um ordenado
Que parecem esmolas a um condenado.

Estou cansado...
Mas não acabado
E sei que não posso desistir
Pois é tempo de agir
E mostrar com unhas e dentes
As provocações, são sementes
Que levam tempo a crescer
Mas que irão aparecer
E quando isso se passar
Muita coisa irá mudar...

Encontro-me pelo caminho...

Procuro ser eu,
Não me consigo encontrar
Já me perdi, no tempo
Onde estarei?

Parto em viagem
Para um lugar inacessível
Onde a única paragem
Parece ser o impossível.

Parto para o meu interior
Para o que sou, o que fui
E parto cheio de medo
Do que irei conhecer
E se irei reconhecer
O eu que lá estou a guardar.

Sigo a medo
Passo a passo
E vou em segredo
Ninguém sabe que o faço.

E assim vou-me conhecendo
Encontrando-me novamente
Vendo versões diferentes
Do que sou na realidade
Sendo todas elas verdade
Mas que não dou a conhecer
Ao Mundo...

Volto da viagem mudado
Mas continuo a ser eu
Apenas foi encontrado
O que nunca se perdeu.