10 de março de 2015

Paro um pouco

Paro um pouco
Deixo cair a caneta
Com que escrevo lentamente
Tudo o que me afecta
O corpo ou a mente...

Paro um pouco
E respiro
Tentado encontrar
A pessoa que eu aspiro
Chegar.

Paro um pouco
Dou descanso à mão
Que não para de escrever
Indo atrás da inspiração
Que teima em desaparecer...

Paro um pouco
Desligo-me da folha de papel
Que, em branco, me desafia
A não duvidar
Do que posso fazer
E assim escrever
O que o coração ditar...

Paro um pouco
Sem intenção de recomeçar
O poema incompleto!

Reescrever a história!

Tentei esquecer
Apagar minha memória
E voltar a viver
Reescrevendo a história.

Deixar no esquecimento
Tão pérfida vivência
Aproveitar o momento
Para uma nova experiência...

Mas não consegui...
Algo me prendeu
E trouxe-me de volta
A um mundo só meu
Onde dor e ilusão
Andam de mãos dadas
Onde a cabeça e a razão
Seguem vias separadas.

Luto,
No meu interior
E imploro
Para que possa redimir
Para que consiga começar
Uma vida sem fugir
Dos segredos, do rancor
Que me levaram a destruir
Uma vida, por amor...

Algo em mim desapareceu
E pretendo recuperar
Deixem-me soltar
E viver novamente
Uma vida diferente
Sem relembrar o passado
E um amor acabado
Tragicamente...