21 de julho de 2014

Confiar no quê?

Confia...
Disseste-me em segredo
Para que eu perdesse o medo
E me entregasse por inteiro
A um amor derradeiro
Que me estavas a oferecer.

Sentia...
Que seria o caminho certo
Que esse amor era o correcto
Para abraçar
Por ele lutar
Mas algo continuava a me prender.

Fugia...
De todas as decisões
Somando as opções
Para ter o impossível
Sendo imprevisível
O que iria acontecer.

E cedia...
Como quem cede ao vento
Por já ter passado o momento
De me entregar ao teu amor
Sem causar nenhuma dor
A quem me estiver a perder.

Sem expectativa

Já não consigo dormir
Custa-me respirar
Devido à expectativa
De te voltar a tocar.

Sentir-me no teu abraço
O cheiro do teu perfume
Sentir a tua voz
Numa espécie de queixume.

Por não me teres mais
Quando a saudade vem
Por não se dar um jeito
De estarmos sem mais ninguém

Cada dia um sofrimento
Por te ter, sem seres meu
Cada dia, o sentimento
De medo, porque um dos dois perdeu.

Cada dia um sufoco
Ao te ver ir embora
Sabendo que soube a pouco
Cada minuto, cada hora.

O desejo me consome
De apenas te ver
Já não desliga, já não dorme
Já me sufoca e faz doer.

E nem os teus beijos
Com sabor a mel e paixão
Fazem acalmar meus receios
De nova ferida no coração.