12 de dezembro de 2013

Sonhar outra vida

Fecho os olhos
Esforço-me por acreditar
Que estou a sonhar.

Abro os olhos
Vejo novamente
O mundo diferente
Do que queria ver.

Fecho-os
Com toda a força que tenho
É apenas falta de empenho
Para que tudo volte a mudar
E conseguir alcançar
O que quero.

Já não os quero abrir.
Será que algo mudou?
Será que agora acordei
E finalmente viverei
A vida que escolhi?

Estou preso a um pesadelo
Que é a dura realidade
Pois não quis encarar a verdade
Do que me está a acontecer.

E em vez de lutar
Para mudar a situação
Achei que sonhar
Seria a melhor solução.

4 de dezembro de 2013

Bate forte!

Bate forte
Sem deixar marcas
Pelo menos que se possa ver
Mas são longas
São profundas
E demoram a esquecer.

Bate forte
Loucamente
Deixam marca no coração
Cada pancada
Sem te dares conta
É uma lembrança
Uma recordação.

Bate forte
A ritmos diferentes
E tu teimas a acompanhar
Sem saberes, concretamente
Com que intensidade
Te vai marcar...

Deixas-te levar
Por cada batida,
Interiorizando cada pancada
No teu interior
A musica que te marca
Sem te causar dor.

2 de dezembro de 2013

Desmoronou...

Aos poucos
Fui criando um sonho
Construindo sem pensar
Que é preciso criar os alicerces
Para poder segurar
Tamanhos voos...

Fui crescendo
Acrescentando novos desafios
Novas metas a atingir
Sem nunca perceber
Que estava a ultrapassar
O máximo que podia suportar.

E sem esperar
Sem estar preparado
O mundo foi desmoronando
Quebrando os sonhos
Que tinham sido construídos
Sem deixar uma via
De serem atingidos.

Sem esperar
Meu mundo ficou negro
Vazio, sem razão
E terminou a ilusão
De um dia conseguir
Os sonhos alcançar.

1 de dezembro de 2013

Conhecer-me totalmente!

Numa folha em branco
Escrevo meus sentimentos
Minhas dúvidas
Meus medos
Os meus maiores segredos
E os melhores momentos.

No fim,
Vazio de tudo
O que faz ser quem sou
Olho-me e não reconheço
A pessoa por quem tenho apreço
E que o passado o moldou.

Volvo à folha em branco
E deixou de existir
Passando a possuir
Toda a informação
Que guardava no coração
Algumas até que pensava não sentir.

E estudei-me...
Dei-me ao luxo de aprender
Caminhando passo a passo
Pelo meu passado
E relembrar cada bocado
Da vida que já vivi.

Aos poucos,
Fui guardando cada lembrança
Numa caixinha de esperança
Para que no fim deste processo
Possa voltar a ser quem sou
E saber para onde quero ir.

Assim e após arrumações
De sentimentos e indecisões
Fico a conhecer-me melhor
Limpo a mágoa e o rancor
E estou pronto para viver
Nos limites das minhas opções.

Sinto frio...

Viro-me para minha mãe
E digo-lhe baixinho
Que o frio é um amigo
Indesejado
Mas que está sempre ao meu lado
Nos dias que vão passando.

Vai melhorar
Diz-me a soluçar
Com os olhos a brilhar
Olhando-me com carinho
Dando um prato quentinho
Para me poder aquecer.

Como e desfruto da refeição
Mas reparo que sou só eu
O único que comeu.

Nos meus pais,
Abraçados um ao outro,
Nota-se o desconforto
Da situação que estamos
Do local onde nos encontramos
E dizem-me baixinho
Que não tarda estarei quentinho.

Fecho os olhos
Lembro do sorriso dos dois
E do beijo de amor
Que me transmite o calor
Que estava a precisar
Para conseguir dormir
Em mais uma noite aqui
Nesta rua sem fim
A que agora chamamos lar.

Enferrujado

Trabalho
Confusão
Sem paciência
Ou inspiração.

Tenho-me afastado
Sem nenhuma intenção
Da escrita constante
Do que me vai no coração.

Sinto-me paralisado
Já não sei espontaneamente
Estou enferrujado
Como no inicio, no antigamente.

As palavras saem a custo
As ideias sempre a mudar
Uma incerteza constante
Que este poema não vai resultar

Novamente entraves
A uma escrita sem pensar
E uma ideia irritante
Que tem que sempre rimar.

Voltei ao básico
Aos poemas sem emoção
Espero que seja de estar enferrujado
E da pouca inspiração.