31 de outubro de 2012

Nascer de uma amizade

Muito tempo passou
Desde o dia que te conheci
E algo mudou
Quando? Não senti...

Foram mudanças pontuais
Que não fomos notando
Mas a pouco e pouco
Fomo-nos aproximando.

Amigos virtuais
Conversas de circunstancia
Amigos, como os demais
Que fomos conhecendo

Conversas diárias
Ou tempos sem nos falar
Até que numa altura
Tudo veio a mudar.

Talvez pela idade
Ou do projecto em comum
Mas sinto que hoje
Já não sou mais um.

Uma amizade que foi crescendo
E tomando o seu lugar
Criando forte raízes
Que se instalou, para ficar.

30 de outubro de 2012

Acidente marcante!

Acordo a suar
Numa noite fria de verão
Na rua, a trovejar
Novo clarão.

Fecho os olhos
Não quero ver mais nada
Oiço carros a passar
Estou no meio da estrada.

Assusto-me e deliro
Como vim aqui parar?
Se estava no meu quarto
A acordar!

Corro, saio dali
Sigo, sem olhar
Bato numa parede
Que não devia lá estar.

Não sei onde estou
Como pode isto acontecer?
Encontro em zonas diferentes
Sem nunca me mexer.

Uma mão me agarra
No meu ombro ensanguentado
Olho para trás a medo
Não tenho ninguém a meu lado.

Grito com medo
Com toda a força que tenho
Corro pela praia fora
Preciso de um banho.

Preciso de acordar
Nada disto pode ser realidade
Oiço-te a chamar
Sem te ver, na verdade.

Pareço um boneco
Estou a ser sacudido
Oiço novamente tua voz
Bem junto ao meu ouvido.

E acordo a suar
Deste pesadelo
Contigo a me chamar
E a passar a mão pelo cabelo.

Mais uma noite terrível
Desde aquele triste acidente
Não o consigo esquecer
Por muito que o tente.

29 de outubro de 2012

Ao olhar para ti!

Neste dia escuro
Acordo ao teu lado,
Fico a olhar para ti
Com um olhar apaixonado.

Perco-me no teu cabelo
Observo-te a dormir
És mais do que merecia
Por muito que custe a admitir.

És o que de mais precioso
Tenho para preservar
Um tesouro escondido
Que o nosso amor veio revelar.

Com o passar dos dias
Um desafio constante
Fundir nossas teimosias
Para criar um ambiente cativante.

É conhecermo-nos mutuamente
E saber quando ceder
Retirar do que temos de diferente
Para fazer acontecer.

Acontecer uma casa
Que possamos chamar de lar
Acontecer uma família
Que procuramos criar.

Limadas as arestas
Para encaixarmos na perfeição
É uma tarefa continua
De esforço e dedicação.

Daqui a uns anos
Olhar para o que foi feito
E ver que os pequenos planos
Deram origem a um plano perfeito.

26 de outubro de 2012

Família!

Um canto seguro
Que posso sempre contar
E sei que se for necessário
Posso sempre voltar.

A base de quem sou
Que me fez crescer
Tudo o que tenho
A vós tenho que agradecer.

São um dos meus pilares
E serão sempre relembrados
No presente e para o futuro
E em todos os momentos passados.

Este poema é para vocês
Avós, Pais, Irmã e Irmão
E que estejam sempre presente
No meu coração.

24 de outubro de 2012

Parabéns Mãe!

O tempo não para
Estamos sempre a aprender
E quando menos reparamos
Estamos a envelhecer.

O tempo não espera
Não volta para trás se pedirmos
É viver enquanto podemos
Até mais uma "primavera"

E é bom poder recordar
O tempo que para trás deixamos
E sorrir por constatar
A forma como o aproveitamos.

Por isso não percas tempo
Não caias na ansiedade
De ver como é o dia
De como se transforma a realidade.

É um dia especial
Nascemos e mudamos o mundo
Que se repita por muitos 
É o meu desejo mais profundo.

Não quero ver-te a chorar
Nem triste pelo momento
É dia de festejar
A tua chegada, teu nascimento.

23 de outubro de 2012

Como tudo Começou...

Já faz algum tempo
Mas não me esqueci
Daquele momento
No banco do jardim.

Foi um dia normal
E de grande simplicidade
Onde nasceu um amor
De uma boa amizade.

Não sei como aconteceu
Foi rápido para perceber
Mas de um momento para o outro
Não te quis mais perder.

Olhei nos teus olhos
E fechei cá dentro a timidez
E disse o que sentia
Tudo de uma vez.

Vi tua cara espantada
Com o que tinhas ouvido
Pouco tempo depois
Vi que não tinhas percebido.

Acalmei meu peito
Que pulsava de ansiedade
E repeti, mais calmamente
Pois não havia outra oportunidade.

Teus olhos brilharam
Ao perceberem o que dizia
No teu sorriso que adoro,
Mostravas com a tua alegria.

E assim começou
Naquele banco de jardim
O amor que nos juntou
E nos trouxe até aqui.

Apenas eu!

Tento ser diferente
Como forma de te agradar
Mas se engano toda a gente
Não me consigo enganar...

Não sou como me mostro
Por muito que possa tentar
É uma ilusão que mantenho,
Mas tem de acabar.

Chega de ser uma mentira
Chega de ser uma ilusão,
Tenho de ser eu mesmo
Aceites isso ou não.

Com tempo e calma
Quem sabe como vai ser
Pode ser com o tempo
Me aprendas a conhecer.

Não sei se serei melhor
Mas serei um desconhecido
Que lutará pelo teu amor
Começando como amigo.

Mas se te quero para sempre
Apenas eu tenho que ser
Para poderes escolher
Se me queres a teu lado.

E casa não gostes
Do que sou na realidade
Ficarás na minha lembrança
E restará a amizade.

22 de outubro de 2012

Nada Sei

Para onde virar
Se não sei para onde seguir
Se não sei onde chegar?

Sinto-me perdido
Para onde quer que olhe
Não vejo nada do que quero
Não vejo o que espero.

Mas estou tão confuso
Que nem sei o que pensar
O que espero realmente?
Não sei exactamente...

Aqui não estou bem
Noutro local? Também não...
Que confusão será esta
Que sinto no meu coração?

Já não tenho uma casa
Um porto seguro para voltar
Já nem o meu próprio corpo
Consigo chamar de lar.

Quero poder me soltar
E descobrir outro mundo
Encontrar num novo lar
Nesta loucura sem rumo.

Já me sinto exausto
E cansado e tentar perceber
Porque não me sinto contente
Na vida que estou a viver.

19 de outubro de 2012

O teu abraço!

Saí do caminho
Destinado para mim,
Vagueio agora sozinho
E não sei para onde vim.

Olho em redor
E tudo parece diferente
Não sinto o teu calor
No meio de tanta gente.

Onde estou, não reconheço
Nem sei como daqui sair
Ter-te não mereço
Desde que decidi fugir.

Se te pudesse dizer
O quanto estou arrependido
Por ter querido viver
O que achava não ter vivido.

E agora frente ao espelho
Vejo um corpo frio
Onde no lugar do coração
Ficou apenas um vazio.

Solta-se uma lágrima, a única
Que por ti consegui chorar
E recordo-me do teu abraço
Que queria agora, para me aconchegar.

18 de outubro de 2012

Venho de mãos vazias

Venho de mãos vazias
Sem nada para oferecer
Apenas humor e simpatia,
Amizade e ombro amigo
Que em caso de perigo
Te poderás recolher.

Venho de mãos vazias
Apenas com boa vontade
De ver um sorriso teu
Que me faça ganhar o dia
E transforme em alegria
Esta vida de ansiedade.

Venho da mãos vazias
Mas com o coração carregado
De um amor endiabrado
Que por ti nasceu,
Que aos poucos cresceu
E precisa de ser libertado.

Venho de mãos vazias
E não custa sonhar,
Que ao dizer-te o que sinto
Acho o caminho desse labirinto
Que acede ao teu coração.

Venho de mãos vazias
Mas com algo vou regressar
Pois tenho-te a me acompanhar.

O Baú!

Começa-me a faltar forças
Não consigo recordar
Preciso de uma pausa
Para de novo me encontrar...

E vou recortando
As memórias do passado
Tentando a todo o custo
Manter esse tesouro bem guardado.

Procuro o lugar perfeito
Digno dos meu pensamentos
Onde fique em repouso
Locais, pessoas e sentimentos.

Nada me parece suficiente
Até o ver, bem escondido
Aquele baú antigo
Já na infância existente.

Nada melhor
Que um velho amigo para receber
O que fui enquanto gente
E que me estou a esquecer...

E vou-me esvaziando
De tudo o que fui no passado
Partindo para novas memórias
Mais recentes, a teu lado!

Não vais voltar!

Cansado de esperar
Vou olhando para o tempo
Devias cá estar
Já! Agora! Neste momento!!!

Mas tu não vens
Nada indica que vás chegar
Não sei o que fazer,
Onde te procurar.

Faço metros automaticamente
Minha mente está adormecida
Ando para trás e para a frente
A pensar em toda a minha vida.

Para o relógio solto um olhar
O medo apodera-se de mim
Outro comboio a chegar
Mas não há sinal de ti!

Sinto o vazio
A rodear-me lentamente
Não vais voltar como prometido
Percebo agora, tristemente.

Deixo-me cair, por fim
Com a dureza da verdade
De ti não restou nada
Nem um pingo de amizade.

Dou meia volta, já refeito
Da minha nova condição
E tratar do coração desfeito
Que deixaste na minha mão.

17 de outubro de 2012

Negra Rosa!

Noite sombria,
Estou só, abandonado
Minha alma está fria
Meu corpo, gelado.

Uma rosa vai murchando,
Negra como o carvão
Enquanto seco minhas lágrimas
Que vão caindo no chão.

Sem forças para lutar
Para mudar o presente
Vejo o mundo a mudar
Como se estivesse ausente.

Arrasto-me lentamente
Tentando-me levantar
Mostrar para a vida
Que estou aqui para lutar.

Sem dó nem piedade
Deitam-me novamente ao fundo
Entro num duelo profundo
Entre a ilusão e a realidade.

Quem sou?

Já não sei responder
Pois nesta loucura,
Sou o começo do fim
Que escolhi para mim.

E acabo sozinho
Sem ninguém se lembrar
Que existi,
Que desapareci
E que ficou um vazio
No meu lugar!

Teu sorriso!

Onde estás?
Não te consigo encontrar
E não me canso de procurar
Pelo teu sorriso...

Aquele gesto preciso
Que me fazia ganhar o dia
Pela tua alegria
Contagiante.

Mas desapareceu!
Algo te aconteceu
E deixei de te ver
E de um sorriso teu ter
Sem me aperceber.

Como não percebi
Que algo estava errado
Que a cada sorriso dado
Escondias uma tristeza?

Não sei se vais me ouvir,
Nem ler o que estou a escrever
Mas se o dia surgir
E te voltar a ver
Espero que seja a sorrir.

12 de outubro de 2012

Pagar a crise!!!

Entramos na faculdade
A sonhar com trabalho
Mas neste momento
Isso é carta fora do baralho.

Se queres trabalhar
Só tens dois caminhos
Estar na rua a gamar
Ou ir para países vizinhos.

Quem fica pelo País
Quem não pode fugir mais
Vê um futuro infeliz
Esperanças desiguais.

O trabalho a aumentar,
Já o dinheiro, nem por isso
Mas só nos resta aceitar
Mais este sacrifício.

Mas paramos um pouco
Apenas para observar
E quem nos pede um esforço
Continua a esbanjar.

Cresce a raiva a indignação
O povo já não aguenta
Apenas alma e coração
Não alimenta.

Coelho, promete pagar,
Mas não com o seu dinheiro!
Vai mas é imigrar
E leva o Governo inteiro!

11 de outubro de 2012

Jogo de Palavras!

Fecho os olhos,
Não adormeço.
Não me consigo desligar.
A ti,
Não te mereço,
Por muito que te possa amar.

Sou feito de ilusão,
De aparência,
Bem montada.
Sou produto do meu coração
Sem coerência
Um pouco de nada.

E nessa mentira estou a viver
Levando para ela
Quem me rodeia.
Fracasso ao tentar,
Com esta vida romper
E enoja-me a ideia.

Não posso continuar assim
Escondendo quem sou
Atrás de palavras feitas
Ocultando o meu "eu"
Em suspeitas
Que nunca mais têm um fim.

Rasgo esta miragem
Queimo os guiões deste teatro
Liberto-me para o real
Neste ponto de viragem.

E esqueço as manipulações
Das palavras em meu proveito
Deixando-me sem jeito
Por finalmente me ver
Como sou, sem me esconder
De todas as reprovações. 

10 de outubro de 2012

Turbulência!!!

Momentos complicados
Que não sei como gerir
Como fazê-los convergir
Para uma situação favorável.

Sinto-me perdido, 
Sem um ponto amigo
Onde me possa encontrar
E parar para pensar...

E vou-me deixando ir
Deixando-me ficar preso
A um canto que desconheço
Mas onde me sinto confortável.

E uma raiva interior
Vai surgindo sem querer
Por me ver a "desaparecer"
Nessa buraco de confusão.

E assim quebro as amarras
Que me toldam a mente
E me retiram as forças
Para seguir em frente.

Reúno todas as energias
Toda a força de querer
Para começar a perceber
O que terá de ser mudado.

E aos poucos vou conseguindo
Encontrar a direcção
Para sair da ilusão
E criar o meu caminho.

Controlo o que quero
E mudo a minha vida
Para os novos desafios
Que criei para mim...

E passo após passo
Vou crescendo com a mudança
Sempre com a esperança
E aprender com a viagem.

E eis que terminou
A turbulência do momento
E restou o sentimento
Do desafio superado.

8 de outubro de 2012

Resistência!

Sinto-me enferrujado,
Preso na minha mente,
Sem espaço para ser arrojado
Para dizer o que sente.

Sinto-me amarrado
Com um fio invisível
Tornando impossível
Ficar inspirado.

Tento-me soltar
Libertar a minha mente
Para conseguir expulsar
O que realmente a prende.

É um percurso complicado
Nada sei como quero
E triste, desespero
E fico angustiado.

Não tenho pressão
Mas sinto-me pressionado.
E não me consigo soltar...

Desisto aos poucos,
Já não estou a conseguir
E digo a mim mesmo:
Algum dia vai voltar a surgir.

E relaxo por instantes
Convicto que é a realidade
Mas sinto que é uma mentira
Que anseio ser a verdade.

E recordo o que já escrevi
Em tudo em que aprendi,
Sorrio para dentro
E escrevo nesse momento.

3 de outubro de 2012

Adiar o inadiável!

Tento estar contigo
Mas algo me prende
Não sei porque não consigo
Porque tem de ser diferente...

Diferente do que quero,
Do que o meu corpo deseja.
Lembrando os momentos,
Em que a tua boca me beija.

Conto os segundos
Para estar ao teu lado
Perco-me em sonhos profundos
Mesmo estando acordado.

E algo acontece
Já não posso ir até ti
Meu mundo desaparece
Por já não estares aqui.

Vou adiando o encontro
Mesmo contra a minha vontade
E perco assim esse amor
Que nunca teve oportunidade
De se mostrar realmente!

2 de outubro de 2012

É tempo...

Tempo de descanso
Tempo de saudade
Do que sempre conhecemos
E do que é novidade.

Tempo de agir
Tempo de dizer ACABOU!
Tempo de fazer surgir
O que se sonhou.

É lutar pelo que se quer
É não deixar fugir
Os sonhos de criança
Que ainda nos fazem rir.

É tempo de mudança
De virar tudo do avesso
De ser alguém na vida
Pois também o mereço.

Deixar de esperar pelas coisas
Levantar-me e batalhar
É tempo quer não volta
E que se tem de aproveitar.

É o momento certo!
O momento é agora!
Vou fazer o correcto
Bater a porta, ir-me embora.

Procurar o meu futuro,
A minha vida, que não encontro
Deixar o presente, que já não aturo
Apenas com o receio de um confronto.

É tempo de tudo!
É tempo de nada!
Agora é o tempo em que mudo
Numa mudança que não mais acaba.