7 de agosto de 2013

Preso ao sofrimento

A noite chegou?
Deve ter chegado
Não que veja o céu
Aqui, onde estou amarrado.

Preso a correntes
Que me tentam prender
Correntes que não vejo
Mas que não deixam mexer.

Fechado numa cave
Numa casa que não conheço
Sem ter como me localizar
Uma indicação,
Algo conhecido,
Um endereço...

Longe oiço passos
Mas que não são para mim
Abandonado,
Fui esquecido aqui
E não consigo sair...

Tento me concentrar
Lembrar-me de algo
Que me possa ajudar.

E noto,
Ainda que ligeiramente
Que estou preso na minha mente.

Encontro-me no meu quarto
Na cama encolhido
Sem conseguir quebrar
Esta prisão doentia
Que com pura mestria
Me mantém sobe controlo.

Nem com todas as forças
Consigo escapar
E preso ao sofrimento
Que foi crescendo cá por dento
Parece que vou ficar.