23 de março de 2017

História de 60 anos...

Esta é uma história
Do tipo: “Era uma vez…”
Que começa, segundo a memória,
Na igreja das Mercês.

Fecham os olhos, suavemente
E o dia aparece do passado
Como que gravado na mente
O sentimento que foi ali partilhado.

Uma união
Que hoje voltamos a comemorar
Uma eterna paixão
Que continua a nos juntar.

Olhando para trás
Sorrimos por poder dizer
Que nos satisfaz
O que pudemos viver.

Vimos, nestes anos, que recordamos
Pessoas que amamos, partir
Mas aos poucos, juntamos
Novos membros para nos fazer sorrir.

E com eles festejamos
Este marco alcançado,
Relembrando como nos amamos
A cada olhar trocado.

16 de março de 2017

Profundezas do meu coração...

Abro meu coração
E permito-me lá entrar
Para perceber este turbilhão
Que a cada sensação
Me deixa a vibrar...

Dou passos, a medo
Rumo ao desconhecido
Deanbulando num enredo
Que encombre um segredo
À muito escondido.

E dou-me a descobrir
Como nunca antes o fizera
Sem mantos a encobrir
Sem forma de fugir
Aos erros de outra era.

E enfrento meus "eus" passados,
"Enterrados" desde criança
Para que possam ser enfrentados
Os segredos criados
E devolver-me a confiança.

A confiança nas pessoas,
No que têm para oferecer
Que não sendo só coisas boas
Serão quem mais magoas
Se me fechar em meu ser.

E assim meu coração é liberto
Da pressão e corrente
Que no meio do aperto
O deixou quase aberto
Sem hipotese de bater novamente. 

3 de março de 2017

Sem o teu amor...

Dias de frio
Noites de escuridão
Fazem-me sombrio
Sem qualquer emoção.

O fogo é extinto
De dentro do meu peito
Sou um demónio faminto
Até me sentir satisfeito.

Vou em busca de felicidade,
De sorrisos, de paixão,
Para mostrar a realidade,
Que não passa de uma ilusão.

Vou destruir sonhos
Quebrar memorias recentes
Para que vejam com seus olhos
Que vivem presos nas mentes.

É a realidade crua
Vazia e sem sabor
Assim é a minha vida, sem a tua
Assim sou eu sem o teu amor.

1 de março de 2017

Senti sem te sentir...

Senti o teu toque quente
Sem me teres tocado
Uma partida da mente
Onde me tens visitado.

Senti o teu beijo,
Intenso de sabor
Revelando o teu desejo,
O teu amor.

Senti o teu abraço
Sem nunca me abraçares
E dei-te o meu regaço
Para ai chorares.

Para perceberes que o não te ver
Ou só nos ligarmos em pensamentos
É uma forma de te ter
De partilhar sentimentos

Não te toco, não te beijo
Não te cheiro, mas estás presente.
Com os meus olhos, não te vejo
Mas vejo-te pelo "olhar" da mente.

E nesse meio me ligo
Eternamente ao teu ser,
Como teu ombro amigo
Para o que der e vier.