18 de janeiro de 2016

Espelha o futuro!

Olho para o espelho vazio
E no reflexo vejo
A sombra de um beijo
Que no esquecimento caiu...

Olho para a imagem
Não me consigo reconhecer
E volto a me ver
Parecendo uma miragem...

Sou apenas um esboço,
Uma casca sem recheio
Talvez pelo receio
De cair num fosso...

Mas já me encontro tão fundo
Tão longe do que posso ser
Que já não tenho nada a perder
Neste existir imundo...

Sou um ser vulgar
Numa vivência cruel
Em que repito o mesmo papel
Vezes e vezes sem parar...

Sem medo do que vou encontrar
Encaro-me no espelho, de frente
E vejo, simplesmente
O meu futuro, se não mudar...

E tomo uma decisão,
Sem medos de errar
É altura de arriscar
De tomar a vida pela mão...

Não quero voltar a ver
Num espelho uma vazio
Um ser amorfo e frio
Sem força nem vontade de viver!