3 de julho de 2012

Afundo-me na pobreza!

O tempo passa
Mas não acaba o sufoco
Cai na lama
Bem no fundo do esgoto.

Já não tenho utilidade
Para nada nem ninguém
Não restou uma amizade,
Antes eram mais de cem...


Só,
Abandonado,
Na miséria,
Marginalizado!


Deixei de ser pessoa
Passei a ser objecto
Que já não se lembra
Quando teve o último afecto.


Filhos que não me falam
Netos que não conheço
Tornei-me um parasita
Neste mundo em que apodreço.

Não sei quanto tempo me resta
Mas ainda tenho uma esperança
Que esta triste vida
Se transforme numa lembrança.

Para isso tenho que me esforçar
Pois não posso acabar assim
No dia em que parar de lutar
Será o dia do meu fim.