18 de outubro de 2012

Venho de mãos vazias

Venho de mãos vazias
Sem nada para oferecer
Apenas humor e simpatia,
Amizade e ombro amigo
Que em caso de perigo
Te poderás recolher.

Venho de mãos vazias
Apenas com boa vontade
De ver um sorriso teu
Que me faça ganhar o dia
E transforme em alegria
Esta vida de ansiedade.

Venho da mãos vazias
Mas com o coração carregado
De um amor endiabrado
Que por ti nasceu,
Que aos poucos cresceu
E precisa de ser libertado.

Venho de mãos vazias
E não custa sonhar,
Que ao dizer-te o que sinto
Acho o caminho desse labirinto
Que acede ao teu coração.

Venho de mãos vazias
Mas com algo vou regressar
Pois tenho-te a me acompanhar.

O Baú!

Começa-me a faltar forças
Não consigo recordar
Preciso de uma pausa
Para de novo me encontrar...

E vou recortando
As memórias do passado
Tentando a todo o custo
Manter esse tesouro bem guardado.

Procuro o lugar perfeito
Digno dos meu pensamentos
Onde fique em repouso
Locais, pessoas e sentimentos.

Nada me parece suficiente
Até o ver, bem escondido
Aquele baú antigo
Já na infância existente.

Nada melhor
Que um velho amigo para receber
O que fui enquanto gente
E que me estou a esquecer...

E vou-me esvaziando
De tudo o que fui no passado
Partindo para novas memórias
Mais recentes, a teu lado!

Não vais voltar!

Cansado de esperar
Vou olhando para o tempo
Devias cá estar
Já! Agora! Neste momento!!!

Mas tu não vens
Nada indica que vás chegar
Não sei o que fazer,
Onde te procurar.

Faço metros automaticamente
Minha mente está adormecida
Ando para trás e para a frente
A pensar em toda a minha vida.

Para o relógio solto um olhar
O medo apodera-se de mim
Outro comboio a chegar
Mas não há sinal de ti!

Sinto o vazio
A rodear-me lentamente
Não vais voltar como prometido
Percebo agora, tristemente.

Deixo-me cair, por fim
Com a dureza da verdade
De ti não restou nada
Nem um pingo de amizade.

Dou meia volta, já refeito
Da minha nova condição
E tratar do coração desfeito
Que deixaste na minha mão.