15 de janeiro de 2015

Paixão Impossível

Apaga esta chama
Que cresce em mim
Como um furação
De desejo e paixão
Impossível de controlar
Sem o teu toque.

Percorre o meu corpo
Que anseia o contacto do teu
Que nunca conheceu
E deseja descobrir
Para loucuras sentir
Sem receios.

Acalma este coração
Que bate acelerado
Ao sabor de uma tesão
Que me tem dominado
A cada momento
Que penso em ti
E que desejo em silêncio
Por te ter aqui...

Toca...
Beija...
Explora a teu belo prazer
E faz-me renascer
Em cada beijo teu
De explosões de loucuras
De um concretizar de loucuras
Que guardo dentro de mim
Sem ninguém as conhecer
Para que no fim
As possas satisfazer...

Vem acabar com este desejo
Com a força de um beijo
E acabar com este pensamento
Que me tolda o discernimento
E me faz perder a razão.

Anjo Negro

Anjo Negro
Enviado para aniquilar
Todo o coração rasgado
Por um ser pérfido
Que não soube resguardar
O que de bom lhe foi dado.

Como uma sombra
Paira sobre nós
Ouvindo em cada voz
Os pecados praticados
E sem aliados
Corres deste mundo
Para um abismo profundo
Todas as almas imerecidas
Das suas vidas vividas
Para um eterno despertar
De sofrimento.

Sem temor
Nem compaixão
Arranca sentimentos
Expulsa de cada coração
As lembranças de um grande amor
E deixa-o a definhar
Numa vida sem propósito
Num caminho sem retorno
Sem poder voltar a amar
Condenado a um vazio,
Cheio de solidão
E frio...

Como um Braço Vingador
Trás a destruição à humanidade
Retirando a capacidade
De partilhar sentimentos
De recordar momentos
Onde houve bondade
Alegria, liberdade
E condena cada um
A uma vida de escravidão
Sem alma nem coração
Até ao fim da eternidade.

Ciclo sem fim

Arrasto para o abismo
Meus sentimentos profundos
Desumanos,
Imundos
Que me levam à loucura
Numa demência que perdura
Muito após a morte...

E renasço, 
A cada dia que passa
Numa esperança renovada
De me ter livrado do negrume
Que me preenche a alma.

Mas sinto-me igual,
Negro como carvão
Assim anda o coração
Consumido pelo ódio
Pelo desprezo geral
De uma nação banal
Que não merece nada...

E vou apodrecendo
Neste inesgotável ciclo
De morrer
E renascer
De viver,
Para sofrer
Sem conseguir quebrar
Estas correntes que me prendem
A uma vida sem sentido
Sem um amor
Há muito esquecido.