31 de maio de 2015

Fecho os olhos a esta vida!

Fecho os olhos!
Não quero ver mais o mundo que me rodeia
A desgraça alheia
Que me faz ficar doente
Enojado com a gente
Que sem escrúpulos
Nem arrependimentos
Manda e desmanda nos despedimentos
No que se deve cortar
Enviando para a pobreza
Para uma vida de tristeza
Quem passou uma vida a trabalhar
Mas que não conseguiu poupar
Num mundo de indiferença.

Fecho os olhos!
Não por não querer ver
Ou por me fazer sofrer
Mas por não acreditar
Como é possível acontecer
Ver gente a morrer
De fome ou desidratação,
Sozinhos, a viver no chão.

Fecho os olhos!
E apenas quero desaparecer
Deste país de hipocrisia
Onde a democracia
Apenas protege os amigos
De quem está no poder
Dando aos desprotegidos
Duas formas de viver:
Sem dinheiro,
Sem comida,
Sem lugar para morar;
Com dinheiro,
Mas sem vida
Devido aos impostos que tens de pagar.

12 de maio de 2015

Deixa-me respirar!

Deixa-me respirar!
Dá-me espaço
Para que possa errar
Para que no meu embaraço
Consiga descobrir
O que melhor eu faço
Sem ser o fugir.

Deixa-me respirar!
Deixa-me ser livre
Para escolher um caminho
E seguir esse destino
Sem nada a me prender
Sem saber que te faço sofrer
Sem me arrepender.

Deixa-me respirar!
Aos poucos, devagar
Para não sufocar de vontade
Para não morrer de saudade
Dos tempos que já partiram
E que não vou recuperar
Dos sonhos que fugiram
Por ter medo de falhar.

Deixa-me respirar!
Ou não o faças sequer
Pois dê por onde der
Sei que irei perder
O espaço que necessito
Para não me sentir aflito
Por apenas cá estar.