19 de outubro de 2016

Livro Queimado!

Rasgo folhas, cadernos
Cheios de palavras que te escrevi
Poemas que seriam eternos
Se não fossem para ti...

Palavras escritas,
Que pudessem comprovar
Sensações que não podiam ser ditas
Que só em papel conseguia mostrar...

Palavras vazias,
Cada sentimento desprezado
Em minutos, horas, dias
Passados ao teu lado.

Um livro escrito
Pelo calor do sentimento
Que não deveria ter dito
A ti, em nenhum momento.

Um livro que seria eterno
Deitado ao fogo para arder,
Queimando um sentimento ingénuo
Que nunca pôde viver.

Entreguei...

Abraço o negro profundo
O desgosto, a desilusão
E grito, em silêncio, ao mundo
Que fiquei sem coração.

Entreguei-o para ser amado
Sem sentido, sem pensar
E não só foi magoado
Como foi algo para brincar.

Entreguei-o por amor,
Certo da escolha que fazia
Sem saber, só veio dor
E aos poucos ele morria.

Entrego-me ao vazio
Agora sem vida, sem paixão
Com um coração agora frio
Sem réstia de emoção.

Entrego-me ao submundo
Onde possa definhar
Agora que bati no fundo
Agora que já não posso amar.