20 de setembro de 2016

Muro Mortal!

Entrego-me à escuridão
Ao ódio, à solidão
E renuncio ao presente,
Enterro passado,
Esqueço o futuro
Erguendo assim um muro
Que não seja ultrapassado
Nem física, nem mentalmente
Em torno do meu coração
Para proteger minha decisão.

Entrego-me a liberdade
Das acções, da realidade
E crio um mundo de ilusão
Onde consiga viver
Sem receio de ser magoado
Pois não te tendo ao meu lado
Passaria a vida a sofrer
Consumido pela frustração
De perder tua amizade
De perder a tua cumplicidade.

Antecipando ao destino fatal
Escolhi este caminho
Sem amor, nem fracasso
Isolado dos desejos
E do que me poderia prender
Vejo-me a morrer,
Sem o sabor dos teus beijos,
Sem o calor do teu abraço,
Por evitar o teu carinho
Ao ter erguido este muro mortal.