5 de janeiro de 2015

Amizade dissipada

Grito ao vento
O meu desespero
Por te ter perdido
Um ombro amigo
Que por ingenuidade
Ou pura infantilidade
Deixei-o fugir.

Tomei como garantido
Que sempre estarias por perto
E ignorei a tua presença
Ainda mais a tua ausência
E ao tentar te achar
Não sabia por onde te procurar
Pois já não estavas lá
Onde te deixei em tempos...

Misturam-se sentimentos
De raiva e frustração
Por achar que esta ligação
Seria eterna
E por não a ter alimentado
Foi caindo, bocado a bocado, 
Até nada restar.

Grito o teu nome
Numa tentativa inútil
De ser correspondido
E ser esse sorriso amigo
Que sabia o que dizer
Para um bom dia ter
E quando me confrontar
Para que me levantar
E lutar
Pelo que procurava.

Não tenho resposta
Foste embora para sempre
E na minha mente
Ficará aquela amizade
Que boa demais para ser verdade
Deixei desaparecer
Sem me aperceber!

Peito em chamas!

Rompe meu peito em chamas
Por um amor desgraçado
Tantas vezes reprovado
Que caiu no esquecimento.

Desistimos, para não lutar
Contra todos os que se opunham
E em vez de amar
Decidimos quebrar
Com todo o sentimento
Que existia cá dentro.

Fizeram-nos odiar
Por sentirmos este amor
Que não podíamos viver
Não por não querer
Mas por nos marginalizar
Como se algo doente
Se estivesse a criar.

Sem controlo do que sentia
Do que passava pela mente
Sentia-me impotente
Dia após dia,
Teu olhar era agora indiferente
Já não sentia a tua alegria
E eu, que ao teu lado, era gente
Passei a ser uma sombra
Do que era antigamente...

Quis acabar com o sofrimento
Terminar nesse momento
Com toda a dor
Que sentia com este amor.
Que já não tinha uma razão
De existir!
Tirem-me este coração
Que já não sabe sentir
E acabem com esta triste existência!