11 de novembro de 2016

Em pedaços...

Parto-me em pedaços
Sem um fio condutor
Perco-me por entre passos
Dados entre a raiva e o amor.

Parto-me aos poucos
Sem ter forma de travar
Estes sentimentos loucos
Que teimam em me tomar...

Tomam de assalto o pensamento
Toldam o bom senso e a razão
Esvaziam a mente de sentimento
Transformam em pedra, meu coração.

Tomam de assalto a vontade
De respirar, de viver
Tirando-me toda a liberdade
De recomeçar, de renascer...

Vou caindo, sem travar
Cada pedaço do meu ser
E vendo o chão se aproximar
Já não me sinto a sofrer.

Vejo a vida a passar
Pelos meus olhos, agora molhados
Não tenho muito porque chorar
Foram anos vazios, mal aproveitados.

Termino em pedaços, sem alma, vazio
Como pelos vistos tenho vivido
Abandonado, à chuva e ao frio
Até que da Terra seja banido!