26 de janeiro de 2016

Amor em cinzas...

Sorri-te a medo
E contei-te um segredo
Do medo que me invade
Em cada momento
Que bate a saudade
Por aquele sentimento.

O que dizias sentir
O que deixaste partir
Parece ter desaparecido
Para não mais voltar
Ou então nunca foi sentido
E estiveste-me a enganar.

Algo em nós
Perdeu a sua voz
E já não consegue falar
Nem tão pouco exprimir
O sentimento de amar
Que estávamos a sentir.

Duas conchas vazias
No limite das energias
Para juntos lutar
Pela chama deste amor
Que teima em se apagar
E tornar-se em cinzas, sem calor...

19 de janeiro de 2016

Plano desenhado!

Um plano desenhado
Pronto para ser seguido
É um plano entranhado
Num espírito combativo
Que se deixa corromper
Pelo desespero e ansiedade
Esquecendo-se de viver
A Vida que tem de verdade...

Um plano guardado
Num recanto da mente
Aguardando o momento esperado
Para seguir em frente.
Mas o tempo teima em não chegar
Vais perdendo a esperança
E quando o futuro se apresentar
Nem o presente será lembrança.

Pois deixas o tempo correr
Sem perceberes onde podes estar
Percebendo que o que queres ter
Poderás não alcançar,
Mas focado nesse objectivo
Perdes o presente
E vês o futuro destruído
O que tens agora e na tua mente.

18 de janeiro de 2016

Espelha o futuro!

Olho para o espelho vazio
E no reflexo vejo
A sombra de um beijo
Que no esquecimento caiu...

Olho para a imagem
Não me consigo reconhecer
E volto a me ver
Parecendo uma miragem...

Sou apenas um esboço,
Uma casca sem recheio
Talvez pelo receio
De cair num fosso...

Mas já me encontro tão fundo
Tão longe do que posso ser
Que já não tenho nada a perder
Neste existir imundo...

Sou um ser vulgar
Numa vivência cruel
Em que repito o mesmo papel
Vezes e vezes sem parar...

Sem medo do que vou encontrar
Encaro-me no espelho, de frente
E vejo, simplesmente
O meu futuro, se não mudar...

E tomo uma decisão,
Sem medos de errar
É altura de arriscar
De tomar a vida pela mão...

Não quero voltar a ver
Num espelho uma vazio
Um ser amorfo e frio
Sem força nem vontade de viver!

13 de janeiro de 2016

Preso à rotina!

Quero sair...
Procurar novos caminhos
Sem pensar em fugir
Pretendo novos trilhos
Onde possa percorrer
Onde me possa conhecer
Sem pensar em quem possa criticar
Nem ter medo de errar.

Quero partir...
Sem destino ou direcção
Ser levado pelo vento
Ou pelo bater do coração.
Apenas aproveitar o momento
Onde esqueço a razão
E deixo-me levar pelo impulso
Sem saber onde termino
Mas sabendo o que pretendo.

Quero ir...
Apenas ir!
Sem olhar para trás
Sem lembrar-me do teu olhar
Que sem querer me magoar
Dizem-me que estou errado
Que devia ficar parado
Satisfeito com o que consegui atingir
Em vez de me sentir
Impotente,
Desesperado,
Insistentemente
Desolado
Pelo que faço diariamente
Por me sentir parado no tempo
Pela vida que vejo à frente
Não ser o que quero de momento.

Quero quebrar com a rotina,
Esta vida oca
Mas enquanto vejo a vida a correr
Sinto o frio da corrente
Que me continua a prender
E não me permite fugir
A esta rotina que me sufoca.

7 de janeiro de 2016

Queria!

Queria ouvir-te!
Sentir o doce da tua voz
Percorrendo os meus ouvidos
E na multidão, estarmos sós
Cada vez mais unidos.

Queria tocar-te!
Sentir o calor pele
Quando lhe toco suavemente
E liberto o cheiro a mel
Que fica a bailar na mente.

Queria olhar-te!
Receber um sorriso de volta
Com a tua expressão divertida
Mas nasce em mim uma revolta
Com a sorte da minha vida.

Queria isto tudo,
Mas nada disto posso ter
Pois a vida levou-te do mundo
Não deixando este amor viver.

Queria só mais uma vez
Relembrar como era te abraçar
Pois na lembrança começas a desaparecer
E já não tenho nada a que agarrar.

Queria ter-te!
Mas já nada disto é permitido
De que serve amar-te
Se viver este amor foi proibido?