26 de dezembro de 2014

Presa no passado

Presa no passado
Como uma lembrança qualquer
Esqueci-me de ti criança
Encontrei-te como mulher.

Nada o fazia prever
Já que tinha esquecido
Mas ao voltar a te ver
Veio um sentimento perdido.

São muitas as recordações
De um tempo que passou
E muitas emoções
Que o vento levou...

Mas voltar a falar contigo
Fez-me recordar
Dos tempos em que ser amigo
Era pouco, para mim...

E agora estás aqui
Tanto tempo que passou
E o que sinto é estranho
Mas algo desse tempo ficou.

Não sei o que penso
Nem o que quero para mim
Mas ver-te é um recomeço
De uma história que não sei o fim.

Se me deixar levar
E viver o que sentia
Não importa o tempo que durar
Uma vida, ou um dia...

Será o tempo que for
Um momento especial
Desde que o viva intensamente
E de uma forma natural.

Entregue às drogas!

Perdido
Sem rumo
Todas as noites me afundo
Em várias drogas
Acompanhadas de borgas
Que me deixam de rastos...

Sem amigos, abandonado
Consumo ecstasy, sou um drogado
E sem ter para onde ir
Só me quero fundir
Com o canto onde me deito
Como eu, desfeito,
Sem hipótese de remendos.

Camisa rasgada
Cada sapato diferente
Calças de gangas rasgadas
Em todo o lado, menos à frente
E um boné sujo
Que aproveito para estender
Para as pessoas que passam
Dêem dinheiro para a droga
E se der, para o comer...

De noite,
Nem ninguém por perto
Escondo-me num canto algures
E choro baixinho
Por ter escolhido este caminho
E ter enterrado meu coração
Substituindo por um preto carvão
Que me alimenta de ódio
E um ruim sentimento
Que a qualquer momento
Me fará parar
Num beco sem respirar.

Amor sombrio!

Sombrio o sentimento
Que me queima por dentro
E transforma esta paixão
Num outro sentimento
Que sem intenção
Me toma por completo.

Meu corpo
Já não o consigo controlar
Desde que nossos olhos
Se cruzaram naquele olhar
E mesmo calada
Te ouvi dizer
Que sofreria
Por não te ter...

Negro
O meu futuro revejo
Devido a um beijo
Que ousei te dar
E sem me importar
No que pudesse acontecer.

Agora sofro calado
Sem coração a bater
Por o teres arrancado
E a teu belo prazer
O usado
Para no fim colocares de lado.

Hoje,
Sem já saber quem sou
Quem fui no passado
Vejo o amor transformado
Num inferno privado
Onde tenho vivido.