29 de janeiro de 2015

Sossega

Sossega
Descansa a tua mente
E deixa seguir em frente
Viver o presente
Sem estar preso ao passado
A uma dor, acorrentado
Que só causa tristeza

Permite um minuto de frieza
E pensa com clareza
Para separares o certo
Do errado
O concreto
Do abstracto
E colhe as informações
Para ti importantes
E deixa as restantes
Desaparecerem com o tempo
E com ele, o sofrimento
Que te causaram.

Projecta um futuro
Um caminho a seguir
Onde possas viver
Sem medo ou opressões
Sem receio de desilusões
Mas acima de tudo
Força-te por ter
Uma vida vivida
E não um momento passageiro
Que te ocupe o dia inteiro
E quando deres por ti
Estarás a chegar ao fim
Sem ter um passado para olhar
Sem ter nada a recordar
Se não uma tristeza infinita.

28 de janeiro de 2015

Saudade de ti!

Saudade
De te ter por perto
De um beijo teu
De um abraço apertado
Que nunca foi meu...

Saudade
Do teu sorriso sincero
Pelo qual me perdi
Do teu toque quente
Que um dia senti.

Saudade
Da troca de mimos
Sem nada mais importar
Da pura diversão
Que não pode voltar

Saudade
Do tempo
Que eras tudo para mim
E do qual, sei agora
Tinha medo do fim

Saudade
Do dia
Que decidi me despedir
Para voltar atrás, com magia
E outro caminho seguir.

Saudade
Que ficou
No meu coração
E na mente deixou
Uma forte paixão.

27 de janeiro de 2015

Coração Protegido

Não peço muito
Apenas o necessário
Para que entregue meu coração
Outrora magoado,
Desfeito,
Quebrado,
Ferido,
Cicatrizado,
Habituado a sofrer
Não querendo mais saber
Qual a sensação
De um amor verdadeiro
Com a intenção
De o deixar inteiro...

Ergui barreiras
Impossíveis de quebrar
Íngremes o suficiente
Para ninguém as escalar
E atacar meu coração
Numa forma de paixão
Forte e acalorada,
Intensa e desgarrada
Capaz de me moldar
A razão e o pensamento
E perder por momento
O controlo de mim
Deixando por fim
Cair a protecção.

Mas o teu toque
Suave e decidido
Mexeu comigo
E sem preocupação
Dei-te o antídoto
Para a minha protecção.

Deixei-te entrar
Confiando em ti
E foste descobrindo
Novos sentimentos
Guardados em mim
À espera da pessoa certa
Para serem revelados
E assim aproveitados
Sem medo de sofrer
Uma nova desilusão.

26 de janeiro de 2015

Prometi proteger e falhei

Prometi proteger
Amparar em meus braços
Qualquer sofrimento
Que por algum momento
Pudesses passar
E neles chorar
Para conseguir suprimir
Qualquer dor
Que chegasses a sentir...

Falhei...
No que tinha prometido
E em vez do ombro amigo
Dei razões para te afastar
Para cada vez mais odiar
A pessoa que me tornei.

Quis manter-te ao meu lado
Num ambiente controlado
Onde pudesses relaxar
Descomprimir, amar
E te sentires importante
Esperta, cativante
E te fizesse sorrir
Pelo bem que te fazia sentir
A cada momento juntos.

Mas não soube exercer
Esse desejo que possuía
E cada tentativa de me aproximar
Mais a relação ficava fria
E já não bastava só te amar
Pois falhei em te proteger
E o medo de te perder
Tornou-se no fim realidade
Uma cruel verdade
Que não consegui suportar...

Fechei-me ao mundo
E num ódio profundo
Passei a me consumir
A destruir minha mente
A transformar em pedra meu coração
Que continua a bater sem razão
Agora que não te tenho mais.

22 de janeiro de 2015

Suspiros de amor!

Olhar distante
A pensar no passado
Já sonho acordar
Ao relembrar o que perdi
Tentando perceber
Onde terei errado
E se algo tivesse mudado
Ainda estarias aqui...

Suspiro
Deixo as lágrimas cair
Por relembrar do teu sorriso,
Do teu olhar brilhante
Que me dava tranquilidade
A cada hora, a cada instante
Na nossa intimidade
Que partilhávamos.

A cada momento revivido
Sinto um aperto no coração
Como se um novo corte
Desta vez mais forte
Relembrasse um sentimento esquecido
Que deverá ser lembrado
E para sempre chorado
Como morto e perdido.

Cada segundo
Uma nova saudade
Um desejo profundo
De que esta realidade
Seja um sonho infeliz
Em que possa acordar
Sentir o teu abraço apertado
O teu beijo, demorado
O teu doce olhar. 

21 de janeiro de 2015

Suicídio

Subo o muro calmamente
E deixo a adrenalina actuar
Fazendo despertar
Todos os sentidos
Anteriormente adormecidos
Para uma nova realidade...

Absorvo com a mente
Toda a situação
E sinto o coração
A pulsar intensamente
Fazendo-me ofegar
E começar a duvidar
Da minha decisão.

Olho para baixo
Sinto as vertigens a actuar
E peço à mente para bloquear
Qualquer receio
Que possa aparecer
E me fazer perder
Toda a coragem
Anteriormente reunida
Para a grande viagem
Que já foi decidida.

Revejo todos os passos
Vejo as outras opções
E deixo as emoções
Transformarem-se em lágrimas
Que vão correndo no meu rosto
Expondo o desgosto
Das atitudes que tomei
Da vida que levei
E que agora proponho terminar.

É o ultimo passo a dar
Para por fim a esta questão
E acabar com o sofrimento
Que se tornou no único sentimento
Que guardo no coração
Transformando minhas palavras
Minhas atitudes
Em ódio puro
Que corroí toda a alegria
Que existia à minha volta.

Olho para cima
Vejo o muro que deixei
E sinto-me a ficar leve
De corpo e de mente
Sem nenhum emoção
Alguém que já nada sente
A ver a vida terminar
Já sem volta a dar.

20 de janeiro de 2015

Poder da música

Fecha os olhos
Sente o ritmo
A tomar conta do teu corpo.

Deixa-te levar pela batida
Como se o corpo tomasse vida
E te fizesse perder o medo
De que guardas segredo
E dança...

Exprime teus sentimentos
Enquanto o ritmo acelera
Não a deixes à espera
Até a música acabar.

Faz-lhe acreditar
Que toda a sedução
Na tua actuação
Tem ela como inspiração
Para que te possas soltar
E assim aproveitar
Todo o poder que a música
Tem em ti.

Dá-me a tua atenção!

Dá-me a tua atenção
Nem que seja por um momento
Dando a tua mão
Um beijo, um abraço
Um pouco de sentimento
Mesmo que seja ao acaso.

Dá-me a tua atenção
E faz-me sentir importante
Mesmo que seja por um breve instante
Para perceber que ainda sou
Alguém importante para ti
Que ainda tem algum valor
Eu estar presente,
Eu estar aqui...

Dá-me a tua atenção
Pode ser pedir muito
Mas apenas peço um minuto
Da tua companhia
E partilhar a alegria
Que tínhamos para dar
Noutros tempos
Noutra vida
Que não me lembro de acabar...

Dá-me a tua atenção
E diminui esta distância
Que sem nos apercebermos
Nos vai afastando
Para cantos opostos
De uma sala comum
E aí serei apenas mais um
Que passou na tua vida
E acabou por não ficar.

Dá-me a tua atenção
Enquanto ainda há tempo
E partilha só mais este momento
Deitada sobre mim
Até que o dia chegue ao fim
E apague este sentimento
Que já não me queres para ti.

19 de janeiro de 2015

Memórias tuas

Perdido nas memórias
Oiço as tuas histórias
E volto à infância
Onde em criança
Contavas-me as tuas experiências
Enquanto adormecia
Em plena alegria
Por te ter ali
Junto a mim
A partilhar a tua vida.

Recordar esses dias
Fazem-me entristecer
Por me aperceber
Que embora se repitam
Os dias já não são iguais
Nunca serão banais
Mas os toques especiais
Que tu davas ao serão
Nunca mais aconteceram
Por já não estares aqui.

Vejo-te nitidamente
Como se estivesses presente
Ao meu lado
Mas sei que sonho acordado
E apenas no retrato,
Onde te observo diariamente
Vejo-te sorrir para mim
Para o que me tornei
E volto a ouvir
A tua voz
O teu sorrir
E fico feliz...

18 de janeiro de 2015

Explora!

Explora!
Procura as minhas fraquezas
E aproveita-as em teu proveito
Transforma qualquer defeito
Numa forma de me prenderes
A ti
Ao teu abraço
Ao teu corpo carente
Que me tolda a mente
E me faz desejar
O que nunca senti
E ter recaídas
Que nunca me permiti...

Explora!
Cada pedaço do meu ser
Faz-me conhecer
O que perdi ao te rejeitar
Devolve o desejo do meu olhar
E faz-me querer ser tua
Despe-me e deixa-me nua
Ama-me agora, de forma crua.

Explora!
Cada forma de prazer
Que meu corpo te pode dar
E quando a vontade acabar
Deixa-me no meu canto
A chorar por ser assim
Fraca de carne e de mente
E de desejar somente
Um pouco de atenção
De desejo, sedução
De uma noite diferente.

15 de janeiro de 2015

Paixão Impossível

Apaga esta chama
Que cresce em mim
Como um furação
De desejo e paixão
Impossível de controlar
Sem o teu toque.

Percorre o meu corpo
Que anseia o contacto do teu
Que nunca conheceu
E deseja descobrir
Para loucuras sentir
Sem receios.

Acalma este coração
Que bate acelerado
Ao sabor de uma tesão
Que me tem dominado
A cada momento
Que penso em ti
E que desejo em silêncio
Por te ter aqui...

Toca...
Beija...
Explora a teu belo prazer
E faz-me renascer
Em cada beijo teu
De explosões de loucuras
De um concretizar de loucuras
Que guardo dentro de mim
Sem ninguém as conhecer
Para que no fim
As possas satisfazer...

Vem acabar com este desejo
Com a força de um beijo
E acabar com este pensamento
Que me tolda o discernimento
E me faz perder a razão.

Anjo Negro

Anjo Negro
Enviado para aniquilar
Todo o coração rasgado
Por um ser pérfido
Que não soube resguardar
O que de bom lhe foi dado.

Como uma sombra
Paira sobre nós
Ouvindo em cada voz
Os pecados praticados
E sem aliados
Corres deste mundo
Para um abismo profundo
Todas as almas imerecidas
Das suas vidas vividas
Para um eterno despertar
De sofrimento.

Sem temor
Nem compaixão
Arranca sentimentos
Expulsa de cada coração
As lembranças de um grande amor
E deixa-o a definhar
Numa vida sem propósito
Num caminho sem retorno
Sem poder voltar a amar
Condenado a um vazio,
Cheio de solidão
E frio...

Como um Braço Vingador
Trás a destruição à humanidade
Retirando a capacidade
De partilhar sentimentos
De recordar momentos
Onde houve bondade
Alegria, liberdade
E condena cada um
A uma vida de escravidão
Sem alma nem coração
Até ao fim da eternidade.

Ciclo sem fim

Arrasto para o abismo
Meus sentimentos profundos
Desumanos,
Imundos
Que me levam à loucura
Numa demência que perdura
Muito após a morte...

E renasço, 
A cada dia que passa
Numa esperança renovada
De me ter livrado do negrume
Que me preenche a alma.

Mas sinto-me igual,
Negro como carvão
Assim anda o coração
Consumido pelo ódio
Pelo desprezo geral
De uma nação banal
Que não merece nada...

E vou apodrecendo
Neste inesgotável ciclo
De morrer
E renascer
De viver,
Para sofrer
Sem conseguir quebrar
Estas correntes que me prendem
A uma vida sem sentido
Sem um amor
Há muito esquecido.

14 de janeiro de 2015

Sonho real

Pesadelos
Inundam meus lençóis de suor
Pelo calafrios
Pela angústia,
Pela dor
Que sinto ao sonhar.

Sonhos doentios
Que não me consigo livrar
Oiço alguém a chorar
A pedir perdão
Para acalmar o coração
De quem lhe quer fazer mal.

Escondido
Tento me aperceber
O que posso fazer
Para libertar
Quem, ao gritar
Enche minha cabeça de ruído.

Fico petrificado
Por verificar que do outro lado
Essa pessoa sou eu
Um eu que morreu
Ou está prestes a morrer
Por alguém que o faz sofrer
E que nunca me entendeu...

Sou eu amarrado
A ser recordado
De todos os males que sofri
Dos horrores que vivi
E aterrorizado aos poucos
Para morrer devagar
Enquanto me vejo sangrar...

Tento acordar
Acabar com este sofrimento atroz
Grito a viva voz
Para me tirarem deste pesadelo.

E acordo de uma vez
Com o corpo marcado
De cicatrizes, de sangue
De ter apanhado
Como forma de lembrar
O que está para chegar
Quando aos sonhos me entregar...

Redenção de Pecados

Viajo na incerteza colada ao abismo,
Encarei a Vida como um labirinto,
Encarcerei o meu coração que já não sinto,
E tudo desapareceu no meio do cataclismo...

Depositei a minha confiança,
Num amor que nunca aconteceu,
E a minha alma morreu,
Juntamente com a esperança...

Perdi tudo na cínica tormenta,

Sem nenhuma gota de clemência,
Desapareceu no negrume sombrio,
Desse abismo escuro e frio...

Perdido

Entrega à escuridão
Que preenche o vazio
Deixado pelo coração
Apodreço,
Fraco e frio
Num canto que não reconheço.

Deixo-me levar pela escuridão,

Com o meu ser envolvido nesta podridão,
De sentimento enlutado,
Insaciado,
Mal-amado.

E recordo-me de momentos

Onde me entreguei a sentimentos
Deixei-me levar pela felicidade
Que não soube controlar
Que não dei valor para lutar
E me trouxe a esta realidade.

E agora encaro todos os meus pecados,

Como forma de redenção
Por um amor que morreu na solidão
Ao se perder em destinos trocados...

Enquanto vou caindo neste abismo

Tento aprender a lição
Para que num novo recomeço
Tenha melhor apreço
Pelos desígnios do meu coração.

(Poema escrito pelos autores do blog, num desafio lançado pela Nikita!!!)

Musica como inspiração

Julguei estar diferente
Liberto da mente
Para escrever...

Que a inspiração
Vinha de uma simples canção
E de experiências vividas
Ou realidades visionadas
À muito guardadas
Para serem contadas
Em pequenos versos...

Estava enganado
Obcecado por melhorar
Onde já nada havia a fazer
E tentar forçar
uma forma de escrever
Que não sendo natural
Nem tão pouco normal
Começava a aprender...

Mas onde anda a inspiração
Ao terminar a melodia?

Começo a querer escrever
Mas não sei o que dizer
E versos são escritos
Novamente apagados
E sonhos esmagados
Por finalmente perceber
Que não estava diferente
Foi apenas um período em que a mente
Se conseguiu soltar.

13 de janeiro de 2015

Preso na rotina!

Sinto-me estranho
Não percebo a sensação
De querer estar noutro lado
Em vez de acorrentado
A este vicio sem razão.

Preso a uma rotina
Que me vai destruindo
Aos poucos, silenciosa
Uma morte anunciada
De uma carreira estagnada
À espera de uma mudança.

Enterra-se a esperança
De um novo rumo.
Esbate-se o sussurro
De uma aventura
E levo de novo um murro
No estômago fragilizado
Por novamente ser enganado
Com promessas de algo
Que não se prevê concretizar...

E assim, 
Sem dar a devida atenção
Caio numa depressão
Que poderia ser evitada
Que a rotina fosse quebrada.

Um simples gesto
Um percurso diferente
Bastava para enganar a mente
E sair desta teia infernal
Que tornou a minha vida banal
Sem interesse de ser vivida
Vezes e vezes repetida
Diariamente...

12 de janeiro de 2015

Acolhe-me em teus braços!

Acolhe-me nos teus braços
E deixa-me ai morar
Enquanto precisar
De me esconder do mundo
E me proteger
Deste ódio profundo.

Protege-me como antes
Quando éramos crianças
E nas nossas andanças
Me fazias arriscar
Em dar mais um passo
Mesmo que no embaraço
Me fizesses cair
E desatasses a rir
Das coisas que faço.

Mantém-me longe
Deste mundo cruel
Que já não sabe amar
Onde crianças inocentes
São obrigadas a lutar
Sem ter tempo nem vontade
De brincar, próprio da idade
Como costumávamos fazer.

Faz-me esquecer
Dos horrores que já vivi
Das más experiências que vi
Nos jornais, na televisão
Onde homens sem razão
Matam em seu belo prazer
Apenas por querer...

Acolhe-me no teu peito
E arranca o coração desfeito
De cada homem possuído
Por um negro ódio antigo
Onde um "irmão" é um alvo
Para abater ao acaso.

E se nada puder por fim
A esta vida ruim
Então acaba comigo
Tira a vida a este amigo
Que já não quer viver
Num mundo onde só querem sofrer
E causar sofrimento
A cada hora, em cada momento.

Aquela musica!!!

Finas cordas
Do teu violino
Vão-me embalando, baixinho
No teu som, sem igual
E de tal forma, natural
Que choro, em segredo
Esvaziando o medo
E enchendo-o de amor
Que vem de cor
Através da tua música.

Deixo-me levar,
pela letra da canção
E parte-me o coração
As notas falhadas
De uma corta partida,
Assim é a vida
Sem controlo
Ou moderação
E sem ter a intenção
Perde-se a melodia.

Vazio
Como o som que restou
Meu peito ficou
Por não te ouvir cantar
E assim encantar
Que te ouvia
Quem de longe te sorria
Por a alma nos tocar
Com a tua voz a vibrar
Nos nossos pensamentos...

E foram esses breves momentos
Que me fizeram perceber
O quanto posso perder
Se não ouvir mais
A musica que me mudou
E ao êxtase me levou.

9 de janeiro de 2015

A tua melodia!

Oiço a tua melodia
E choro
Não de alegria
Mas porque o som que adoro
Faz crescer a tristeza
Que guardo dentro de mim
E que por fim,
Se quer soltar...

Sinto as cordas vibrar
E vibra meu peito
Outrora desfeito
Prestes a chorar
Pela lembrança
Que o som trás
E lhe mostra incapaz
De prosseguir.

Cada nota,
Cada batida
Faz romper uma ferida
Anteriormente cicatrizada
E a dor, apagada
Volta a surgir
A reclamar por atenção
A criar nova ferida no coração
Que novamente estremece
Por um passado recente.

Quero fugir
Esquecer a melodia
Que trouxe um dia
A alegria de viver
De te amar, de te ter
E que te fez partir
Para nunca mais voltares.

7 de janeiro de 2015

Faz-me sorrir

Dá-me o teu ombro
Preciso de chorar
Expressar em lágrimas
O que não consigo falar
E despejar a angustia
Que habita dentro de mim...

Não fales!
Fica apenas encostado em mim
E abraça-me!

Fica apenas presente
Como se fosse permanente
Este abraço
E faz-me sentir amado
Nem que seja por um bocado
Para que possa sentir seguro
E despejar todas as mágoas
Que me sufocam...

Dá-me o teu sorriso
Para que possa sorrir
E não desistir
De lutar por mim
De tudo o que sonhei
E não cheguei ao fim
Apenas porque não lutei
Ou não me permitiram lutar.

Dá-me o teu ombro
A abraça-me fortemente
E apenas fica presente
A ouvir meu desabafo
E se chamar por ti
Diz apenas que não estás ausente
Que sorrirei eternamente
Sabendo que alguém olha por mim.

Vazio em mim!

Olho para o vazio
Que vai na minha alma
E um sussurro me acalma
Deixando a brecha
Na minha mente fechar
E o espírito acalmar.

Sem entusiasmo
Enfrento a decepção
Que invade o meu coração
Ao percorrer os momentos
E os diversos sentimentos
Passados
Partilhados
E agora sem valor.

Tento sarar as feridas
Com novas experiências vividas
Mas teimam em não sarar
E mesmo ao cicatrizar
Deixam marcas terríveis
Para sempre visíveis
E fáceis de recordar.

Meu corpo...
Um casulo de contradições
Que dançam na minha mente
Recorre frequentemente
Às ilusões
Para criar uma visão
Onde não exista desilusão
E possa viver
Sem ter de enfrentar
O que me faz sofrer
O que me está a matar...

E então acordo...
E continuo a olhar para o vazio
Em que me encontro sem perceber
Como me fui aqui meter
E sem ter uma solução
Deixo-me levar!

6 de janeiro de 2015

Beijo eterno!

Não consigo descrever
O que senti ao te olhar
Mas um desejo tomou conta de mim
Com a vontade de te beijar...

Tentei controlar-me
Não ficar obcecado
Mas não conseguia aguentar
Ficar quieto ao teu lado...

Meu corpo tremia
Quando estava junto a ti
E só pensava no beijo
Que a mim mesmo prometi.

Tentei esquecer
Colocar esse desejo de lado
Mas estava a enlouquecer
A sonhar acordado...

Então arrisquei
Tomei uma decisão
Aproximei-me e beijei
Sem pedir permissão...

Ficaste surpreendida
Sem nenhuma reacção
E quando esperava um estalo
Foi outra a resolução.

Puxaste-me para ti
E beijaste-me profundamente
E desligou-se meu corpo,
Meu coração, minha mente...

Senti-te completamente
Um sentimento novo para mim
Desejei ferozmente
Que aquele beijo não tivesse fim.

Sem medo!

Faz-me voar
Leva-me nas tuas asas
E faz-me conhecer o mundo
No teu dorso...

Leva-me até às montanhas mais altas
E faz-me suspirar
Pelo mundo que descobrir
Pela hipótese de fugir
E uma rotina imposta
Por alguém que não conheço
Por um processo que não mereço...

Leva-me para longe
Permite que dê largas à imaginação
Que siga o meu coração
No que quero fazer
Nas experiências que quero viver.

Faz isso tudo acontecer
Sem ter de pensar no que deixo para trás
Faz-me ser capaz
De dar saltos impossíveis
E percorrer todas as hipóteses disponíveis.

Leva-me bem alto
Para que possa admirar
A vida que levo
E me possa afastar
Deste mundo que não vive
Mas deixa-se levar
Por uma série de regras
Que limita a experiência
Que impede a vivência
De algo singular...

Faz-me sonhar
E tornar realidade
Os sonhos que na verdade
Não consigo realizar
Por medo de tentar
Por medo de falhar
E não conseguir por-me de pé novamente
E seguir em frente!

5 de janeiro de 2015

Amizade dissipada

Grito ao vento
O meu desespero
Por te ter perdido
Um ombro amigo
Que por ingenuidade
Ou pura infantilidade
Deixei-o fugir.

Tomei como garantido
Que sempre estarias por perto
E ignorei a tua presença
Ainda mais a tua ausência
E ao tentar te achar
Não sabia por onde te procurar
Pois já não estavas lá
Onde te deixei em tempos...

Misturam-se sentimentos
De raiva e frustração
Por achar que esta ligação
Seria eterna
E por não a ter alimentado
Foi caindo, bocado a bocado, 
Até nada restar.

Grito o teu nome
Numa tentativa inútil
De ser correspondido
E ser esse sorriso amigo
Que sabia o que dizer
Para um bom dia ter
E quando me confrontar
Para que me levantar
E lutar
Pelo que procurava.

Não tenho resposta
Foste embora para sempre
E na minha mente
Ficará aquela amizade
Que boa demais para ser verdade
Deixei desaparecer
Sem me aperceber!

Peito em chamas!

Rompe meu peito em chamas
Por um amor desgraçado
Tantas vezes reprovado
Que caiu no esquecimento.

Desistimos, para não lutar
Contra todos os que se opunham
E em vez de amar
Decidimos quebrar
Com todo o sentimento
Que existia cá dentro.

Fizeram-nos odiar
Por sentirmos este amor
Que não podíamos viver
Não por não querer
Mas por nos marginalizar
Como se algo doente
Se estivesse a criar.

Sem controlo do que sentia
Do que passava pela mente
Sentia-me impotente
Dia após dia,
Teu olhar era agora indiferente
Já não sentia a tua alegria
E eu, que ao teu lado, era gente
Passei a ser uma sombra
Do que era antigamente...

Quis acabar com o sofrimento
Terminar nesse momento
Com toda a dor
Que sentia com este amor.
Que já não tinha uma razão
De existir!
Tirem-me este coração
Que já não sabe sentir
E acabem com esta triste existência!