29 de agosto de 2014

Rasga com o passado

Rasga o teu peito
Deixa o ar entrar
E permite ao teu coração desfeito
Uma forma de recuperar.

Rasga com o passado
E abraça o presente
Esquece quem está ausente
Segue o caminho não traçado.

Desafia as leis impostas
Segue o teu instinto
E deixa-te guiar
Pelo improvável...

Quebra as regras
Sê tu mesmo,
Diferente
E segue em frente
Sem olhar para trás...

Deixa o coração cicatrizar
Afogar as mágoas anteriores
E de novo despertar
Para novos romances,
Novos amores.

Sangro por ti!

Sangro por dentro
Com a tua ausência
Pois tu és a única razão
Para a minha existência.

Sinto-me a padecer
De uma doença sem cura
Um destino cruel
Que jamais alguém procura.

Onde estás tu?
Preciso de um beijo
Que acabe com esta dor
Com este sofrimento.

Acalma meu coração
E diz que não desististe.
Chama-me à razão
Mostra-me que não partiste!

Afogo-me em solidão
Neste sangue que escorre
Deste corpo que era teu
E que aos poucos morre.

Vou por fim a esta loucura
A esta vida sem razão
Deixo a corpo,
Fico com a alma
E a ti deixo
O meu coração!

Desajeitado!

Tento te falar
Mas não consigo
Sequer pensar
No que digo!

Consigo articular
Uma ou outra palavra
E começo a gaguejar
Sem conseguir continuar.

Fico envergonhado
Com a situação
E chego-me perto de ti
Tentando pegar-te a mão.

Sorris para mim
Com a minha atrapalhação
E dizes por fim
Que gostas da atenção.

A atenção que te dou
Mesmo que atrapalhado
Que gostas como sou
Um bom desajeitado!

27 de agosto de 2014

Chama Invisível

Queima por dento
Uma chama invisível
Pelo toque do corpo
Quase imperceptível.

Chegas mais perto
Sinto meu coração disparar
No meu peito, um aperto
Por não te poder tocar...

Dizes-me ao ouvido
O que sempre quis ouvir
E viras costas,
Desapareces
E pedes para não te seguir.

Fico estático
Sem reação
A pensar no que fazer
Vejo-te ao longe
Abre em chamas, meu coração
E corro para te seguir.

Mais um toque
Um novo desejo
Abraço-te para não fugires.
Trocamos um sorriso
Um longo beijo
E a promessa de não partires.

Mentir a mim mesmo!

Hoje acordei
A pensar no que sinto
E dei-me conta
Que a mim próprio minto.

Ando a ver o tempo a passar
A ver se chega o tempo de agir
E sem querer arriscar
Arrisco-me a ver-te partir.

Mas sinto-me confuso
Nervoso, com a decisão
E assim, recuso
A seguir o coração.

Deixo-me à escuta
Para perceber o que quer
E enquanto a vontade não muda
Não muda o que estou a viver.

Adormeço
Ou tento adormecer
Mas o sentimento de mentira
Custa a desaparecer.

Acordo
Decidido
A viver a verdade
Mas chego tarde
Já partiu
Já não existe
A minha cara metade!

26 de agosto de 2014

Deixas-me nervoso!

Não sei o que te dizer
Fico gago ao teu lado
E se não consegues acreditar
Vou explicar-te, um bocado.

Tento-me aproximar
Dizer-te o que sinto
Mas começo a gaguejar
Tal, que parece que minto.

Tento novamente
Sem nenhuma inspiração
E fico envergonhado
Quando te toco na mão.

Deixo para outro momento
Quando a coragem chegar
Um em que o sentimento
Que sinto, não esteja a atrapalhar.

Tremo ao te ver
Quando chego ao pé de ti
Fico com um sorriso sem jeito
Quando falas para mim...

Esqueço tudo,
Digo o que sinto
Sem te deixar interromper.

Aproximas-te,
Calas-me com um beijo.
A melhor resposta que podia ter.

20 de agosto de 2014

Entrego-me ao amor

Entrego-me ao amor
O sincero
Sem preconceitos
Sem apontar os defeitos
Que parecem não existir
Quando se ama de verdade
Quando nos entregamos à realidade
Que ter alguém
Que nos dá o devido valor.

Entrego-me a esse sentimento
A todo e qualquer momento
Sem nunca me esconder
Ou arriscar a perder
Um segundo que seja
De ter ter ao meu lado
Pois um dia, acordado
Posso ver que te perdi
E que sonhei que estiveste aqui
Sem nunca teres estado.

E vivo
Como nunca antes vivi
Por saber que sou amado
E que soube o que é amar
Por transformar um coração magoado
Num que quer aproveitar
Tudo o que se pode viver,
Sentir, conhecer
Até que um dia seja terminado.

18 de agosto de 2014

Deixa-me entender!

Um segundo,
Para perceber
Que chegou o momento
De te perder...

Apenas mais um pouco
Para acalmar meu coração
Para perder o sentido
Da tua decisão.

Tento te entender
Mas não consigo justificar
Qual a razão
Para o que estás a abdicar...

Tento manter-me racional
Não chorar à tua frente
E olho-te nos olhos
Pareces indiferente...

Indiferente à dor
Que me estás a infligir
Indiferente ao amor
Que me fizeste sentir
Por ti.

Parte,
Se é o que desejas
E deixa-me sofrer
Pois amo-te
Odeio-te
Já não te quero ver...

Desaparece
E não olhes para trás
Leva meu coração contigo
Que magoado como está
Não o quero mais.

Dá-me mais um segundo
Para morrer
E renascer
Esquecer tudo o que sentia
E voltar a viver
Como antes fazia.

14 de agosto de 2014

Uma pausa, um momento

Uma pausa
No pensamento
Um silêncio
Que procuro
Para me encontrar

Um momento
Um segundo
Para sentir algo profundo
Que já não consigo sentir
Para atingir um objectivo
Que teima em fugir

Uma pausa
Na rotina
Que se avizinha
Sem que nada saia do lugar
Sem fazer algo diferente
Arriscar
E viver intensamente
Pelo menos um dia

Um momento
É tudo o que procuro
Para voltar a ser eu
Para sentir que nada morreu
No que sinto pelo que rodeia
Pela vida
Pela ideia
De continuar aqui por um motivo

8 de agosto de 2014

Pobre de ti!

Pobreza,
De espírito e de mente
Fazem seres indiferente
Ao que se passa ao teu redor.

Ao mundo,
Não perdes um segundo
A sentir o que te rodeia, 
À tristeza que te é alheia
E que não tomas como tua, 
Mesmo que pudesses solucionar
Parte da existência crua
De quem te costuma rondar.

Ignoras o óbvio
Que se expõe à tua frente
E segues pelo teu caminho
Por uma estrada independente.

Alimentas o ódio
de todos os que recusaste a mão
Alimentando o buraco
Onde cresce a solidão. 

6 de agosto de 2014

Bifurcação!

Sigo o meu coração
Já não consigo pensar
Perdi a razão
Ou deixei de a usar...

Entrego-me ao momento
Sem nenhum receio
E arrisco um sentimento
A que me entrego por inteiro...

Sinto-me melhor
Ligeiramente diferente
Sinto a nascer um amor
De uma nova nascente.

Sinto uma libertação
Que não sabia existir
Uma fonte de inspiração
Que me faz prosseguir.

Qual o caminho
Nesta bifurcação
Encaminharei meu destino
Entregarei meu coração?

Não consigo responder
Que caminho seguir
Escolha o que escolher
Metade de mim vai sucumbir.

4 de agosto de 2014

Saída difícil!

Num abismo
Espreito...
E com um sonho desfeito
Dou passos largos,
Sem saber o destino
Que a descida me dará.
Ou para onde me levará.

Abro os olhos
A receio
E vejo o vale inteiro
A abrir-se à minha frente
Desafiando a minha mente
A dar mais um passo
Que me leve, em câmara lenta
Numa descida infinita
Para um abraço final.

Recuo...
Dou um salto para trás
Como se um momento de lucidez
Me fizesse pensar melhor
No caminho a seguir...

Já não quero cair
Sentir-me vivo por um momento
Escolhendo o sofrimento
De tudo isto acabar,
Apenas por fugir
Em vez de enfrentar
Tudo o que estou a sentir...

Volto as costas
À saída mais directa
A mais fácil de suportar
E ganho nova coragem
Para conseguir lutar
Esquecer quem me fez sofrer
E dedicar-me, em paz, a viver!

1 de agosto de 2014

Rasga teu peito

Rasga teu peito
E devolve-me o coração
Mesmo que desfeito
Após esta humilhação.

Deixa-me sozinho
A sonhar com a vida que escolhi
Faz-te à tua vida
Pois para ti, morri...

Rasga a saudade
Que dizias te corromper
E diz-me agora a verdade
Que nunca ousaste dizer.

Deixa-me te perguntar
Qual é a sensação
De ter e partir
Um simples coração?

Deixa-me em sofrimento
Mas deixa-me viver
Apenas preciso de um momento
Para recuperar e esquecer...

Deixa-me quieto
A limpar a ferida
Vestir-me de preto
Para o luto da minha vida...