Num recipiente fechado,
Trancado, protegido
Por um sentimento ferido,
Difícil de ultrapassar
Impossível de esquecer
Que em vez de me alegrar
Só me fez sofrer...
Escondo-o do mundo,
Afasto-o da minha razão
Para que caia no esquecimento
E passado algum tempo
Não se possam lembrar
Que tenho um coração,
Fácil de controlar.
No fundo do meu ser, resguardado
Acolho o sofrimento,
A dor da desilusão
E ligo a oxigénio um coração
Sem forças para continuar a bater
Desejando sarar,
Mas sem forças para lutar
Para uma recuperação eficiente
Que proteja a si e à mente
Para não cair em sonhos irreais
Em desejos carnais
Que o levem de novo ao abismo.
Apago a existência da lembrança,
Enterro a esperança
De um coração totalmente recuperado
E vivo com ele magoado
Aprendendo a fugir,
Lutando por não sucumbir
A uma nova tentação,
A uma nova ilusão
Que crie feridas mortais
Num coração fraco demais...