19 de outubro de 2016

Entreguei...

Abraço o negro profundo
O desgosto, a desilusão
E grito, em silêncio, ao mundo
Que fiquei sem coração.

Entreguei-o para ser amado
Sem sentido, sem pensar
E não só foi magoado
Como foi algo para brincar.

Entreguei-o por amor,
Certo da escolha que fazia
Sem saber, só veio dor
E aos poucos ele morria.

Entrego-me ao vazio
Agora sem vida, sem paixão
Com um coração agora frio
Sem réstia de emoção.

Entrego-me ao submundo
Onde possa definhar
Agora que bati no fundo
Agora que já não posso amar.

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