Não adormeço.
Não me consigo desligar.
A ti,
Não te mereço,
Por muito que te possa amar.
Sou feito de ilusão,
De aparência,
Bem montada.
Sou produto do meu coração
Sem coerência
Um pouco de nada.
E nessa mentira estou a viver
Levando para ela
Quem me rodeia.
Fracasso ao tentar,
Com esta vida romper
E enoja-me a ideia.
Não posso continuar assim
Escondendo quem sou
Atrás de palavras feitas
Ocultando o meu "eu"
Em suspeitas
Que nunca mais têm um fim.
Rasgo esta miragem
Queimo os guiões deste teatro
Liberto-me para o real
Neste ponto de viragem.
E esqueço as manipulações
Das palavras em meu proveito
Deixando-me sem jeito
Por finalmente me ver
Como sou, sem me esconder
De todas as reprovações.
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