18 de abril de 2012

Violência Doméstica

Noite de amigos no bar
Aproveitar para sair
Bebe-se até atestar
Serve para descontrair.

Vai mais um copo, pouco a pouco
Já começa a cambalear
No rosto, um ar de louco
Que se reflecte no olhar.

Chega a casa enfurecido
Procura logo a mulher
Sem razão, nem motivo
Dá-lhe um estalo, só porque quer.

Descarrega assim a frustração
Faz dela um saco, que não é
Empurra-a, atira-a ao chão
Enche-a ao murro e pontapé.

Tenta-se defender
Mas não consegue aguentar
Fica no chão a sofrer
Toda partida, a sangrar.

Quando a raiva desaparece
Dás por ti a pensar
"Ela até merece,
Já estava a precisar".

Segue na boa, vai dormir
Todo contente, satisfeito
Não a suportas ouvir
Não lhe tens qualquer respeito.

Encobres por medo
Que ele te faça pior
Transformando em segredo
Estes momentos de horror

Assim vai vivendo sem reclamar
Com a esperança imortal
Que um dia ele vai mudar
Que não faz isto por mal.

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