9 de abril de 2012

Regresso do abismo

Numa noite, bem no escuro
Sem luz para me guiar
Não sinto o meu futuro
Não tenho nada para me agarrar.

Perdido nos pensamentos
Caio num abismo sem fim
Já não tenho sentimentos
A fluir dentro de mim.

Ao longe um som a me chamar
Que me quer trazer de volta
É belo, a lembrar o mar
Mas nas suas ondulações, há revolta.

Já ninguém me espera
Para todos eu morri
A vida foi para mim, severa
Maldito dia em que nasci.

E por dentro vou morrendo
O cheiro a podre já se sente
Não posso ir vivendo
Sem ter controlo da minha mente.

Surge então uma luz guia
Que me faz recordar
Os momentos de alegria
Que vivi, por aqui estar.

Momentos em que a amizade
Foram maior que a rejeição
Em que se falou com sinceridade
Que se falou de coração.

Aos poucos vou emergindo
Da escuridão que me prendia
Pois essa luz vou seguindo
Ao som de uma melodia.

Uma melodia que me faz lembrar
De uma voz que era a tua
Quando a costumavas cantar
Na praia, à luz da lua.

E assim solto-me da escuridão
Com um futuro planeado
Entregar a ti o meu coração,
Ter-te sempre ao meu lado

(Desafio proposto pela minha amiga Nikita)

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